“Das 965 pessoas que faleceram no Alentejo, cerca de 90% têm mais de 70 anos. A questão do atalharmos, encontrarmos as melhores soluções para os mais idosos é, de facto, aquilo que é mais importante”, alertou.

O governante, que é o coordenador regional no combate à covid-19 no Alentejo, desde o dia 06 de abril de 2020, falava no parlamento, no decorrer de uma reunião da Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia e do processo de recuperação económica e social.

Em relação aos surtos que ocorreram na região, o coordenador indicou que foram registados “cerca de 255 surtos”, sendo “mais de metade” deles em estruturas residenciais para idosos, situação que conduziu à chamada das brigadas de intervenção rápida.

“Na região Alentejo temos uma população especialmente idosa, numa população que rondará pouco mais de 460 mil habitantes. Mais de 93 mil têm mais de 70 anos”, ou seja, cerca de “ 20% da população do Alentejo tem mais de 70 anos e isso foi algo que nos preocupou”, disse.

No decorrer da audição parlamentar conjunta e presencial dos coordenadores regionais no combate à pandemia da covid-19, Jorge Seguro Sanches revelou que, sobre o processo de vacinação em curso, “mais de 85 mil pessoas” já receberam a primeira inoculação no Alentejo.

No que diz respeito aos inquéritos epidemiológicos, o responsável explicou que, após o período do verão, chegaram a ter “mais de mil” em atraso, mas, neste momento, “não há atrasos nesse objetivo”.

Já na área da testagem, o responsável fez um “balanço positivo”, explicando que, na fase inicial, havia uma capacidade de realização de testagem de “cerca de 384 testes PCR por dia” e, presentemente, são efetuados “mais de 1.760” diariamente.

“Ou seja, multiplicámos praticamente por seis a nossa capacidade de testagem”, sublinhou.

De acordo com o coordenador, já foram efetuados até esta altura no Alentejo “mais de 375 mil testes”.

Ao nível dos ventiladores nos hospitais, Seguro Sanches explicou que houve um “incremento muito grande” na região, que passou de possuir “cerca de 30” para a existência agora de “cerca de 140” nas unidades hospitalares.

“A capacidade máxima de utilização de ‘covid’ em termos de enfermaria foi de 218 ao longo deste período, 39 em unidades de cuidados intensivos. A capacidade de unidades de cuidados intensivos em todo o Alentejo é superior a 50, o que apesar de tudo coloca a região em termos dos indicadores europeus, indicadores nacionais, como uma região como alguma capacidade”, acrescentou.

No decorrer da sua primeira intervenção, de pouco mais de 13 minutos, Jorge Seguro Sanches indicou ainda que, ao dia de hoje, o Alentejo regista “265 casos ativos” de covid-19.

“No dia 29 de janeiro, tínhamos 9.673” casos ativos, pelo que “houve nestas semanas uma evolução muito positiva”, destacou.

Em termos de internamento, o responsável indicou encontram-se agora “20 pessoas” internadas nos hospitais da região, “nove” delas em unidades de cuidados intensivos.

Por último, o coordenador revelou que, ao longo do último ano, existiu uma “grande dificuldade” em encontrar os recursos humanos suficientes para procurar dar as melhores respostas.

“Houve reforço” de “recursos humanos em todas as áreas, mas, apesar disso, há no interior do país” e no Alentejo “alguma dificuldade” em recrutar profissionais, admitiu.