O município de Odivelas, com cerca de 144 mil habitantes, é um dos cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa com medidas restritivas e tem todas as freguesias em estado de calamidade.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins, fez um balanço positivo do trabalho que está a ser desenvolvido no concelho para combater a COVID-19 e adiantou que existem, atualmente, cerca de 250 casos ativos.

“Saí agora de uma reunião com as autoridades de saúde e posso dizer que a situação está a evoluir de uma forma muito positiva”, sublinhou Hugo Martins.

O autarca referiu que existe “no terreno”, desde o dia 25 de junho, uma equipa multidisciplinar que tem realizado visitas às zonas mais críticas e às pessoas que estão infetadas com a COVID-19.

“Tratam-se de equipas compostas pela unidade de cuidados na comunidade, da Segurança Social, da Câmara e da Proteção Civil. Detetamos as pessoas mais vulneráveis e avaliamos a suas necessidades”, explicou.

Segundo o autarca, até ao momento, já foram realizadas perto de 80 visitas domiciliárias.

Hugo Martins destacou, igualmente, o trabalho que está a ser realizado, em articulação, entre a PSP e a divisão de fiscalização da autarquia para a sensibilização e prevenção de situações de ajuntamentos ou incumprimentos por parte dos estabelecimentos comerciais.

A esse propósito, o autarca adiantou que estão a ser avaliadas três situações relativas ao incumprimento das regras definidas pelo Governo e pelas autoridades de saúde, por parte de estabelecimentos comerciais.

No que diz respeito aos transportes públicos e à reposição em 90% da oferta anteriormente existente, Hugo Martins considerou que esta “é suficiente para assegurar que não haja sobrelotação”.

“Estou muito otimista em relação ao futuro e devo deixar também uma palavra à população do concelho pelo sentido de responsabilidade que tem demonstrado”, atestou.

A generalidade de Portugal Continental entrou na quarta-feira em situação de alerta devido à pandemia de COVID-19, com exceção da AML, que passou para o estado de contingência.

Dentro da AML, que é constituída por 18 municípios, 19 freguesias de cinco concelhos continuarão em estado de calamidade, já que, segundo disse o primeiro-ministro na semana passada, é onde se concentra agora “o foco de maior preocupação de novos casos [de infeção] registados”.

As 19 freguesias que vão permanecer em estado de calamidade são: Santa Clara (Lisboa), as quatro freguesias do município de Odivelas (Odivelas e as uniões de freguesias de Pontinha e Famões, Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, e Ramada e Caneças), as seis freguesias do concelho da Amadora (Alfragide, Águas Livres, Encosta do Sol, Mina de Água, Venteira e União de Freguesias de Falagueira e Venda Nova), seis freguesias de Sintra (uniões de freguesias de Queluz e Belas, Massamá e Monte Abraão, Cacém e São Marcos, Agualva e Mira Sintra, Algueirão-Mem Martins e a freguesia de Rio de Mouro) e duas freguesias de Loures (uniões de freguesias de Sacavém e Prior Velho, e de Camarate, Unhos e Apelação).

Nestas freguesias foram impostas medidas especiais de confinamento, como o “dever cívico de recolhimento domiciliário”, ou seja, as pessoas só devem sair de casa para ir trabalhar, ir às compras, praticar desporto ou prestar auxílio a familiares.

Os ajuntamentos ficam limitados a cinco pessoas e estão proibidas as feiras e mercados de levante.

Em Portugal, morreram 1.587 pessoas das 42.782 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.