“Estamos numa fase muito avançada para as vacinas. Nos chamados ensaios ou testes e até ao lavar dos cestos é vindima”, disse Durão Barroso, que inicia funções na GAVI em 01 de janeiro de 2021, adiantando, contudo, que “há notícias encorajadoras” e que “há algumas vacinas que estão muito perto de uma autorização para utilização de emergência”.
O ex-presidente da Comissão Europeia, que falava hoje no encerramento de uma formação para jornalistas dedicada à presidência portuguesa da União Europeia realizada pela agência Lusa, frisou que “talvez haja autorização até ao final do ano" seguindo-se a vacinação para populações prioritárias, por exemplo profissionais de saúde.
Durão Barroso adiantou que não lhe parece demasiado otimista poder dizer que será possível a utilização das vacinas no primeiro semestre do próximo ano.
"Há informação confidencial que não estou autorizado a partilhar, mas o que vem a nível público corresponde à verdade e as que estão mais avançadas são as da Pfizer, em parceria com uma companhia alemã, a Moderna, e a vacina da AstraZeneca (desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford), que são talvez as que estão na "pole position" para conseguir uma autorização de emergência. Vamos ver", disse.
Tudo isto, adiantou, é falível porque nenhuma delas conseguiu formalmente essa aprovação e pode haver acidentes na fase ainda de testes e ensaios.
Durão Barroso adiantou que o objetivo da GAVI é que esta fase mais aguda da pandemia esteja sob controlo no final de 2021 lembrando, contudo, que existem milhares de milhões de pessoas a vacinar e que isso irá demorar tempo.
"Há aqui um problema fundamental que a Aliança Global para as Vacinas está a tentar resolver que é garantir que todos os que queiram possam ter acesso à vacina, que seja equitativa, que não seja só para os países ricos", referiu adiantando que "há uma questão humanitária, mas também de interesse, em conseguir que as vacinas tenham uma difusão tão ampla quanto possível".
"As notícias são no essencial encorajadoras, mas temos de estar prevenidos para a hipótese de haver alguns novos acidentes, como houve nos testes", disse.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.428 pessoas dos 132.616 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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