De acordo com Zweli Mkwize, o número de casos de covid-19 entre os profissionais de saúde representa 5% do número total de infeções pelo novo coronavírus no país, valor inferior à média mundial de 10%.
Em resposta a queixas de que os trabalhadores da saúde não estão a receber equipamento de proteção pessoal adequado, Mkhize disse que o Governo está a distribuir esses equipamentos e a analisar "urgentemente" todas as queixas, especialmente por parte dos sindicatos de enfermeiros.
Por outro lado, o ministro da saúde da África do Sul assinalou a descida dos novos casos de covid-19 no país, mas alertou que a vigilância deve continuar "para evitar um novo surto".
A África do Sul tem 521.318 casos confirmados de infeções pelo novo corona vírus, é o quinto país com a taxa de infeções mais elevada do mundo e concentra mais de metade de todos os casos comunicados em África.
Desde o início da pandemia foram registadas 8.884 mortes por covid-19, embora estudos sobre as taxas de mortalidade indiquem que o número real de mortes poderá ser mais elevado.
A rápida propagação de infeções em centros urbanos pobres e sobrelotados na Cidade do Cabo, Joanesburgo e outras cidades ameaçou sobrecarregar os hospitais públicos, mas Zelei Matize disse aos jornalistas que até agora o sistema de saúde tem sido capaz de lidar com a situação.
"Os nossos hospitais foram inundados, mas não esgotámos a nossa capacidade hospitalar", disse.
"As enfermarias e as camas dos cuidados intensivos estão cheias, mas não atingimos a capacidade total e os hospitais de campo que construímos ainda têm espaço", acrescentou, assegurando que os doentes críticos têm tido acesso ao oxigénio necessário.
A África do Sul foi o primeiro foco da covid-19 em África e os especialistas em saúde advertem que o resto do continente pode assistir a uma propagação semelhante da doença.
O país tem um dos sistemas de saúde mais avançados do continente e os especialistas receiam que outros países menos preparados possam não conseguir lidar tão bem com a doença.
A província do Cabo Ocidental, incluindo o centro turístico da Cidade do Cabo, foi a primeira a registar um pico da doença, mas novas infeções e hospitalizações começaram a diminuir em julho.
A província de Gauteng - incluindo a maior cidade do país, Joanesburgo e Pretória, a capital - tiveram picos em junho, atingindo 6.000 novos casos por dia, mas estão agora a assistir também ao declínio dos números de novos casos.
Gauteng é atualmente responsável por 35% de todos os casos registados no país.
"Gauteng continua a ter números elevados. Precisamos de gerir a situação com muita cautela, uma vez que poderá rapidamente experimentar outro aumento à medida que as pessoas se deslocam", disse Mkhize.
Globalmente, a África do Sul registou uma média de mais de 10.000 novos casos por dia no final de julho, tendo os novos casos confirmados caído para menos de 5.000 por dia, disse Mkhize.
"O nosso maior desafio vai ser a consolidação da contenção da doença", disse Mkhize.
"Podemos muito bem ter ultrapassado o primeiro pico no final de agosto, mas a verdade é que se não mantivermos as nossas medidas de contenção, em breve veremos um problema muito pior", acrescentou.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos e infetou mais de 18,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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