18 de março de 2013 - 14h11
A participação no parto, procedendo, por exemplo, ao corte do cordão umbilical, pode favorecer o envolvimento emocional do pai com o bebé, conclui um estudo da Escola de Psicologia da Universidade do Minho (UMinho).
O trabalho, que contou com uma amostra de 105 pais portugueses, acaba de ser publicado no “Journal of Advanced Nursing”, de Inglaterra.
A investigação pretendeu estudar o envolvimento emocional do pai com o bebé, antes e depois do parto, bem como perceber o impacto da experiência de corte do cordão umbilical na relação de ambos.
Os resultados mostram que o envolvimento emocional tende a aumentar durante a gravidez e sobretudo na sequência imediata do parto, começando a diminuir logo no primeiro mês após o nascimento.
“Os pais que participaram no parto e cortaram o cordão umbilical dos respetivos filhos exibiram uma melhoria significativa no envolvimento emocional, entre o parto e os primeiros 30 dias de vida. Estas conclusões indicam que a presença do progenitor neste processo e nos cuidados iniciais pode beneficiar o seu envolvimento com o recém-nascido”, afirmam Sónia Brandão e Bárbara Figueiredo, investigadoras da Unidade de Investigação Aplicada em Psicoterapia e Psicopatologia da UMinho.
Acrescentam que a participação do pai durante o trabalho de parto e nos cuidados iniciais “pode beneficiar a confiança e o desempenho do papel paterno e, por conseguinte, melhorar a sua relação com o bebé”.
“Isso não significa que esta prática deva ser imposta ou seja sempre favorável”, ressalva Bárbara Figueiredo, notando que este tema tem sido pouco estudado.
Lusa