“Os acontecimentos recentes apontam para uma materialização parcial desse risco, por isso teremos um impacto, tendo em conta que a China representa 18% do PIB [produto interno bruto] mundial, mas ainda não é possível fazer uma previsão séria”, declarou o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, falando em conferência de imprensa em Bruxelas.

Discursando na apresentação do pacote de inverno da Comissão Europeia do semestre europeu, que inclui análises macroeconómicas dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), o responsável notou que o surto do Covid-19 “está a evoluir dia após dia”, pelo que está a ser monitorizado pelos serviços técnicos de Economia do executivo comunitário.

“A única certeza que temos é que vamos ter impacto económico” do coronavírus na economia europeia e “existe alguma preocupação” relativamente a isso, admitiu Paolo Gentiloni.

Porém, insistiu: “Quantificar isso com previsões não é algo que vamos fazer para já”.

As bolsas europeias estão hoje a negociar no vermelho, pressionadas pelo surto de coronavírus, com as suas consequências económicas a continuar a dominar a atenção dos investidores.

Com o surto do coronavírus, os investidores têm cada vez mais depositado os seus ativos em ouro numa tentativa de evitar exposição a ativos de risco.

O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de pelo menos 2.763 mortos e cerca de 81 mil infetados, de acordo com dados reportados por mais de 40 países e territórios.

Das pessoas infetadas, quase 30 mil recuperaram.

Além dos mais de 2.700 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França e Taiwan.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.

Em Portugal, já houve 17 casos suspeitos, que resultaram negativos após análises.

O único caso conhecido de um português infetado pelo novo vírus é o de um tripulante de um navio de cruzeiros que foi internado num hospital da cidade japonesa de Okazaki, situada a cerca de 300 quilómetros a sudoeste de Tóquio.