A pandemia da COVID-19 pode "quase duplicar a taxa de desemprego na Europa nos próximos meses", segundo a empresa americana.
A evolução da situação no mercado de trabalho dependerá da "eficácia na resposta da saúde pública" ao coronavírus e das respostas governamentais às consequências econômicas da quarentena na Europa, acrescentou a consultora.
O McKinsey Global Institute (MGI), que realizou o estudo, imaginou os cenários.
Dois cenários
No primeiro, o mais otimista, o vírus seria controlado no prazo de três meses depois da paralisação da economia. Isso limitaria o aumento do desemprego a 7,6% em 2020, podendo voltar aos níveis anteriores à crise em 2021.
O outro, mais pessimista, parte da hipótese de que o vírus não poderá ser contido a curto prazo e que as medidas de distanciamento e confinamento continuariam durante o verão, o que "agravaria o impacto económico". Neste cenário, o índice de desemprego chegaria a 11,2% em 2021, sem nenhuma certeza de que volte ao nível de 2019 antes de 2024.
Entre os setores que correm mais perigo, a consultoria afirma que quase 75% dos empregos do setor de serviços de hospedagem e alimentação estão em risco, o que representa 8,4 milhões de empregos.
Redução das exportações
A Comissão Europeia estimou hoje uma redução de cerca de 285 mil milhões de euros nas exportações das empresas da UE este ano devido à pandemia, antecipando que a indústria transformadora seja a mais afetada.
“As analises económicas feitas pelos nossos serviços estimam que teremos uma queda de 9,7% no comércio global em 2020 e na União Europeia [UE] a 27 perspetivam uma redução nas exportações de 9,2% em bens e serviços e de 8,8% nas importações em 2020”, anunciou hoje o comissário europeu do Comércio, Phil Hogan.
Falando por videoconferência numa audição da comissão de Comércio do Parlamento Europeu, a partir de Bruxelas, o responsável precisou que, em termos absolutos e em comparação com as últimas estatísticas disponíveis, “isto corresponde a uma redução nas exportações de cerca de 285 mil milhões de euros e de 240 mil milhões de euros nas importações extra-UE27”.
Em causa está uma análise feita pelos economistas da Direção-Geral do Comércio da Comissão Europeia, documento ao qual a agência Lusa teve entretanto acesso, e que precisa que “as exportações dos setores primários - com exceção do energético - e do comércio de serviços acabam por ser menos afetadas [pela pandemia] do que os setores da indústria transformadora, que, na sua maioria, registam contrações nas exportações superiores a 10%”.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 170 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 558 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 762 pessoas das 21.379 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
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