No outro lado de mundo, Israel foi invadido de surpresa por centenas ou milhares de terroristas, forças armadas irregulares que praticam atos de extrema violência e crueldade para intimidar e submeter populações e governos. Geralmente, as organizações terroristas oprimem e aterrorizam também o seu próprio povo, como é aqui o caso, e lutam para impor uma ditadura e uma ideologia que exclui todas as outras. Neste ataque, os terroristas do Hamas, mataram cruelmente todas as pessoas que encontraram e violaram algumas mulheres que depois assassinaram. As pessoas que os terroristas não assassinaram, raptaram e levaram-nas para os seus refúgios quando voltaram para casa, para a Faixa de Gaza. O feito foi comemorado com algumas festividades e manifestações de alegria. Israel lançou um operação militar sem precedentes da qual já resultaram muitos milhares de mortos e feridos e custos materiais astronómicos.
Ninguém tem o direito de matar ou de recusar ajuda a quem se sente ameaçado.
O governo de Israel podia ter exigido a libertação imediata de todas as pessoas raptadas e a entrega de todos os responsáveis pelo ataque, apresentar queixa na ONU contra o Hamas, propor que a ONU aprovasse as sua exigências, apresentar queixa no Tribunal Penal Internacional e pedir que este emitisse imediatamente mandados internacionais de captura para todos os responsáveis políticos e militares do Hamas assim como daqueles que os protegem e financiam. Tudo isto para que a Justiça e as Instituições Internacionais pudessem atuar, afirmar-se e fortalecer-se.
O governo de Israel podia também comprometer-se a negociar um acordo político global com os representantes dos cidadãos palestinianos, democrática- e livremente eleitos, e propor a prazo a criação de um estado federal. Ao mesmo tempo podia implementar políticas de humanização e acompanhamento psicossocial intensivo dos cidadãos israelitas e palestinianos que se odeiam e se agridem uns aos outros e que repudiam as Liberdades Individuais e os Direitos do Homem, aprovados pelas Nações Unidas. As propriedades anexadas seriam restituídas aos seus legítimos proprietários.
Caso as Instituições Internacionais e a opinião pública internacional demonstrassem, após algumas semanas, serem incapazes de realizar a libertação imediata de todos os reféns e a entrega de todos responsáveis pelo ataque, Israel, ou um grupo de países com um mandato da ONU, poderia cercar hermeticamente a Faixa de Gaza, convidar a população palestiniana a abandonar a zona e isolar os terroristas do Hamas e seus apoiantes, até estes se renderem e ser feita justiça.
Ideologias desumanas e abusos de poder geram catástrofes e sofrimento indescritível.
Perante a catástrofe atual, o Hamas poderia decidir proteger os palestinianos da Faixa de Gaza e render-se, evitando assim que mais pessoas morram e sofram com a guerra lançada por Israel. A rendição do Hamas poderia também ser um elemento importante para estimular a necessária humanização de alguns grupos dentro da sociedade israelita e a adoção por parte do país de uma política de resolução dos problemas através de negociações. Infelizmente, a ideologia do Hamas, como a de alguns grupos na sociedade israelita, garante que quanto maior for a violência e o sofrimento dos palestinianos, mais apoiantes uns e outros vão ganhar.
É indispensável incutir confiança: respeitar, proteger e ajudar.
Ao mesmo tempo: Responsabilizar, tratar com justiça e minorar o sofrimento do outro.
Israel é uma democracia, um país extremamente poderoso e rico, do ponto de vista científico, cultural e económico. Israel tem todas as condições para poder demonstrar empatia e compaixão, mesmo para com os seus inimigos. É insano que não o faça, que não ajude quem precisa de imensa ajuda e que terá então, posteriormente, todas as razões para passar a ser um excelente amigo.
Da parte do mais forte, proteger e cuidar do outro (o ´inimigo´) não é uma expressão de fraqueza, mas um exemplo de comportamento saudável e inteligente.
Comentários