O estudo liderado por Ozioma Okonkwo, da Escola de Medicina da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, apurou que a mutação no alelo "Val66Met" do gene "BDNF" potencia o desenvolvimento desta patologia neurológica.

Segundo a investigação, publicada na revista "Neurology", o gene BDNF é uma proteína produzida pelo gene com o mesmo nome que pertence a um grupo de proteínas conhecidas como neurotrofinas. Estas são essenciais no desenvolvimento das células nervosas. Os alelos são partes de genes que trabalham em pares nos cromossomas para determinar os traços de um indivíduo.

A equipa decidiu centrar-se no gene BDNF para procurar identificar uma ligação entre este gene e a doença de Alzheimer. Para o estudo, os investigadores acompanharam durante 13 anos 1.023 indivíduos em risco de desenvolver a doença.

Foram recolhidas amostras sanguíneas aos participantes e efetuados testes a mutações genéticas no alelo "Val66Met". A equipa avaliou as competências de raciocínio e de memória dos participantes ao longo dos 13 anos em cinco fases.

Os investigadores observaram que 32% dos participantes possuíam o alelo "Val66Met". Foi ainda apurado que os participantes que apresentavam a mutação no alelo perdiam as competências de memória e raciocínio com mais rapidez dos que os que não evidenciavam aquela mutação.

Em testes de aprendizagem e memória verbais, foi verificado que os participantes sem mutação genética melhoravam 0,002 unidade por ano, enquanto os que apresentavam a mutação pioravam 0,021 unidades por ano. "Quando não existe mutação, é possível que o gene BDNF e a proteína que produz sejam melhores a oferecer proteção, preservando assim as competências de memória e raciocínio", comentou o autor principal do estudo numa nota daquela universidade.

10 sinais de alerta da Doença de Alzheimer