Um dos investigadores, Paulo Borges, da Universidade dos Açores, disse à agência Lusa que o roteiro com medidas para mitigar o declínio visa “pressionar os governos do mundo” para que abandonem gradualmente os pesticidas e fertilizantes sintéticos.
Entre as alternativas que defendem no roteiro, publicado na revista Nature Ecology and Evolution, está o uso de “organismos vivos predadores de pragas, como já acontece na fruticultura biológica”, afirmou.
Outro caminho que defendem os cerca de 70 cientistas coordenados por Jeffrey Harvey, do Instituto Holandês de Ecologia, é “curar os ambientes nos campos agrícolas que promovem ‘habitats’ para os predadores naturais”, apontou Paulo Borges.
“Com a monocultura, remove-se tudo à volta, árvores, arbustos, o que leva a que desapareçam aves e outros predadores que ficam sem refúgio e sem ‘habitat'”, referiu.
Com a perda de insetos polinizadores, as culturas precisam de “mais agroquímicos” para se desenvolverem, o que torna ainda mais insustentáveis as condições para a sua sobrevivência.
Salvar os insetos do declínio depende também do combate eficaz às alterações climáticas e de medidas para reduzir a poluição sonora e visual.
Para os proponentes do roteiro, é preciso que existam “parcerias público-privadas e iniciativas de financiamento sustentável” para restaurar, proteger e criar novos ‘habitats’.
“É preciso agir já. As evidências que já existem sobre algumas das principais causas do declínio de insetos são suficientes para nos permitir formular medidas imediatas”, salientou o investigador.
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