Em comunicado, Patrícia Fonseca, que se reuniu a semana passada com a administração do Hospital Distrital de Santarém (HDS), afirma que vai questionar a nova ministra da Saúde, Marta Temido, sobre a situação desta unidade hospitalar, que tem visto sucessivas recusas de visto por parte do Tribunal de Contas, tanto para a conclusão das obras do bloco operatório como para atos de gestão corrente.

Para a deputada, “o atraso na conclusão das obras do bloco operatório tem como consequência um maior constrangimento dos doentes e dos profissionais, que têm de se deslocar à unidade hospitalar de Torres Novas, com um substancial acréscimo de custos que tem vindo a ser suportado pelo já deficitário orçamento do Hospital, o que confere uma enorme ineficiência de recursos e contribui para o aumento da dívida”.

A também líder da distrital centrista afirma ter sido informada pela nova administração do HDS, presidida por Ana Infante, de que o reforço de verbas anunciado em julho pelo anterior ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, “foi, na realidade, um adiantamento de parte das verbas do contrato programa com o Hospital, pelo que o CDS-PP conclui que o Governo ‘empurrou com a barriga’ um problema que agora é ainda maior”.

O comunicado refere ainda que o HDS corre “o sério risco de perder o financiamento, que é a 100%, para a atualização da rede informática para a desmaterialização do processo clínico, por não ter as verbas necessárias para adiantar os pagamentos”, o que considera “absolutamente inaceitável”.

Por outro lado, afirma que o facto de o Governo só ter autorizado 14 das 22 vagas solicitadas para médicos especialistas e de, dessas, apenas seis terem tido candidatos, “revela, infelizmente, a falta de motivação que os médicos têm para integrarem a equipa do HDS, ao que certamente não é alheia toda esta problemática”.

A deputada apontou, em particular, a situação da unidade de coronária do serviço de cardiologia, “que chegou a estar encerrada temporariamente uns dias”, tendo a administração garantido que se tratou de “uma situação pontual” e que está “a reorganizar o serviço de forma a prestar os melhores e mais atempados cuidados de saúde aos utentes”.

Considerando a situação do HDS “insustentável”, Patrícia Fonseca lembra que já em setembro tinha questionado o Governo sobre se seriam “disponibilizadas verbas de imediato para ultrapassar o problema e garantir que o serviço assistencial à população não é posto em causa” e lamentou a “não resposta” do então ministro.