“Queremos que todos sintam um ambiente hospitalar seguro”, disse Margarida França, presidente do conselho de administração do CHBV, que engloba os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja.
Margarida França falava na abertura do primeiro Encontro do Centro Hospitalar do Baixo Vouga dedicado à “Prevenção e combate da violência no setor da saúde”, no qual os dados foram apresentados.
“É uma questão que nos preocupa muito e temos de tentar prevenir e ter capacidade de resposta quando as situações ocorrem, para proteger todos, porque muitas vezes o utente também se coloca numa situação de risco”, disse.
A coordenadora do gabinete de Gestão de Risco do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Ângela Rodrigues, disse à Lusa que já estão a ser tomadas medidas.
“O Centro Hospitalar tem em andamento a colocação de botões de pânico, principalmente nas áreas de maior reporte e de maior incidência”, revelou, adiantando também que uma das medidas que “está em cima da mesa” é o alargamento da presença policial.
“Em 2021 e a nível de notificações de violência contra os nossos profissionais tivemos 29 notificações, mas em 2022 tivemos 59 notificações, incluindo violência física com danos físicos a profissionais, entre elas quatro situações com alguma gravidade”, esclareceu.
Segundo Ângela Rodrigues, a maior parte “são violências em que o agressor é o utente ou familiar” e ocorreram na urgência, mas também houve reportes em outros serviços hospitalares.
“A maioria são, no entanto, agressões verbais, que vão desde a injúria à ameaça física, e também temos tido algumas notificações de violência entre profissionais”, revelou.
Ângela Rodrigues atribui os números à maior consciencialização para o problema: “as pessoas antigamente não reportavam, mas hoje em dia já não toleram tanto os comportamentos de agressividade e percebem que não pode ser admissível”.
“Eu acho que tem também a ver com alguma saturação porque vimos de uma pandemia em que as pessoas foram levadas aos seus limites”, conclui.
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