Numa conferência de imprensa sobre o estado da saúde, o vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz foi questionado sobre o inquérito aberto pela Ordem dos Médicos ao antigo secretário de Estado da Saúde.
“É de bom-tom que se esclareça tudo aquilo que se passou ao mais ínfimo pormenor. Todos os inquéritos que sejam abertos, toda a transparência sobre este processo é essencial, sejam decisores políticos, sejam instituições, sejam os técnicos do Serviço Nacional de Saúde”, respondeu.
Para o dirigente social-democrata, todos devem ser escrutinados e tudo deve ser “escalpelizado ao mais ínfimo pormenor, porque em democracia é saudável que assim seja”.
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, disse na terça-feira à Lusa que pediu ao Conselho Disciplinar da Região Sul da Ordem dos Médicos que avalie o comportamento dos médicos envolvidos no caso das gémeas luso-brasileiras para perceber se há matéria disciplinar em que possa ter intervenção.
Na resposta, António Lacerda Sales considerou o inquérito aberto pela Ordem dos Médicos ao caso como uma "inqualificável intromissão na atividade de um órgão de soberania".
Em declarações à Rádio Renascença (RR), o médico e antigo governante acrescentou que não marcou a consulta no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para as gémeas luso-brasileiras, que receberam no Hospital de Santa Maria um tratamento com um medicamento inovador no valor de quatro milhões de euros.
Lacerda Sales garantiu que “nunca falou do assunto” com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nem com o primeiro-ministro, António Costa, ao mesmo tempo que reiterou não se recordar e aguardar documentação para se pronunciar sobre uma reunião que terá tido com Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, que alegadamente terá metido uma cunha para o tratamento das crianças.
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