A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, revelou à agência Lusa que enviou uma proposta, na terça-feira, ao presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Carlos Santos.
O presidente do conselho de administração lidera o grupo de trabalho do processo de integração do Hospital Arcebispo João Crisóstomo (HAJC), em Cantanhede, e do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais (CMRRC), na vila da Tocha (concelho de Cantanhede), no CHUC.
Visto que o relatório do grupo de trabalho tem de ser apresentado na sexta-feira, a autarca considerou que devia deixar “por escrito aquilo que não foi tratado em termos de uma reunião [de trabalho]”, afirmou.
Considerando que cabe à presidente “defender os superiores interesses da comunidade”, Helena Teodósio enviou aquilo que “desde há vários anos” tem vindo a defender para o HAJC, para que seja tido em conta pelo grupo de trabalho, que está a elaborar o plano de negócios desta unidade hospitalar, no âmbito da anunciada integração.
“O que defendo, como sabe, é a criação de uma urgência básica com horário alargado, da 08:00 às 00:00, solução que de resto teria a enorme vantagem de descongestionar a urgência do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, cuja capacidade de resposta está longe de ser satisfatória para a afluência que regista em certas alturas”, lê-se no documento a que a Lusa teve acesso.
A autarca referiu também que “uma solução desta natureza não pode ser implementada em prejuízo do funcionamento das extensões de saúde e das unidades de saúde familiar (USF)”, cujo corpo clínico precisa de ser “estabilizado para atender as necessidades e cumprir bem a sua missão, o que não se compadece com a sua afetação a um serviço de urgência e a consequente diminuição dos períodos de atendimento em medicina familiar junto das populações”.
Além de entender que o HAJC devia possuir um serviço de medicina interna, Helena Teodósio considerou que a criação de uma urgência básica permitiria “aumentar significativamente a referenciação de doentes para a consulta externa em várias especialidades”.
“Devem ser desenvolvidos mecanismos para incrementar as intervenções cirúrgicas no bloco operatório”, acrescentou.
Relativamente à integração do Centro de Medicina Física e Reabilitação Rovisco Pais no CHUC, o município opõe-se a qualquer “desvalorização do seu estatuto que implique perda de autonomia clínica, administrativa e financeira”.
Helena Teodósio argumentou que o CMRRC deverá manter-se como uma “unidade de saúde especializada e altamente diferenciada a nível nacional, o que pressupõe a concretização dos investimentos destinados a reforçar as condições para o exercício da sua missão”.
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