“Não se curve perante Osteoporose” é o nome dado à campanha que pretende sensibilizar para esta doença, mais concretamente para o risco de fractura vertebral – tema mundial deste ano.

A campanha insere-se no âmbito do Dia Mundial da Osteoporose, que se assinala a 20 de Outubro. É implementada em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Metabólicas (SPODOM) que tem planeadas acções de sensibilização e envolvimento do público em centros comerciais, centros de saúde, hospitais e no site www.spodom.org.

A iniciativa “Don’t bend to Osteoporosis – Não se curve perante a Osteoporose” é promovida globalmente pela International Osteoporosis Foundation (IOF) e a nível local por cada país.

As imagens criadas para a campanha são fotografias de monumentos e edifícios emblemáticos de vários países (como a Torre Eiffel, o Cristo Rei ou o Big Ben) curvados.

Em Portugal o monumento escolhido foi a Torre dos Clérigos, no Porto. Segundo Eugénia Simões, presidente da direcção da SPODOM e reumatologista no Instituto Português de Reumatologia (IPR), “pretende-se transmitir a ideia de que não é normal os edifícios estarem curvados, como não é normal as pessoas ficarem curvadas com a idade, é sinal de que alguma coisa está errada.” Com a campanha apela-se a uma percepção de que algo não está certo e assim a um diagnóstico mais precoce.

Em destaque, estão planeadas acções de sensibilização e rastreio nos Centros Comerciais Dolce Vita Lisboa, Coimbra e Via Catarina, entre 17 e 20 de Outubro, onde vão estar equipas de enfermeiras preparadas para sensibilizar e esclarecer dúvidas sobre a patologia. As equipas começam por fazer uma medição da altura corporal e explicar que é preciso estar atento a esta medida, uma perda de 3 cm já pode ser sinal de osteoporose.

O objectivo é informar os cidadãos acerca da osteoporose e da fractura vertebral, que causa deformidades, imobilidade e redução da função pulmonar, e pedir especial atenção para estes factos a partir dos 40 anos. Para além disto pretende-se apontar comportamentos que reduzam a probabilidade de fractura osteoporótica e estimular o diagnóstico precoce da osteoporose.

A sensibilização vai também percorrer hospitais, centros de saúde e farmácias, com posters informativos que alertam para a curvatura da coluna e para a diminuição da altura como sintomas de osteoporose.

Para a Dr.ª Eugénia Simões “os hábitos como a falta de exercício, o sedentarismo, o consumo excessivo de tabaco, de café ou de álcool bem como a diminuição do consumo de produtos com cálcio – como leite, queijo e derivados – são alguns dos factores que contribuem para o desenvolvimento de osteoporose. Neste momento o número de portugueses com esta patologia já chegou aos 800 mil.”

Sobre a Osteoporose:
A Osteoporose é uma doença óssea degenerativa, caracterizada pela diminuição da densidade óssea e deterioração da microarquitectura do tecido ósseo, provocando um aumento do risco de fractura. Ocorre quando a densidade óssea diminui mais depressa do que o corpo consegue substituí-la.

Como resultado, os ossos ficam tão frágeis que qualquer queda ou mesmo um movimento mais brusco pode resultar numa fractura óssea. É considerada uma “doença silenciosa”, uma vez que não apresenta quaisquer sinais ou sintomas até se verificar a fractura, daí a prevenção ser fundamental para evitar o seu desenvolvimento.

Todas as mulheres pós-menopáusicas e todos os homens com mais de 50 anos devem ser avaliados por um médico para determinar a existência de factores de risco para a doença. Por outro lado, existem factores de risco que não podem ser alteráveis, como história familiar de fractura, idade superior a 65 anos ou baixa estatura. No entanto, outros, como um estilo de vida sedentário, consumo de tabaco e bebidas alcoólicas ou uma alimentação pobre em cálcio podem fazer toda a diferença na estatura óssea.

A Osteoporose não é uma doença rara. As mulheres têm maior risco de vir a ter osteoporose do que cancro da mama, dos ovários e do útero. Uma mulher caucasiana de 50 anos tem um risco de 16 por cento de sofrer uma fractura vertebral na sua vida.

No caso dos homens, existe maior risco de ter esta doença óssea do que cancro da próstata. Estima-se que a cada três segundos ocorre no mundo uma fractura osteoporótica e, em casos mais graves, 20 por cento das pessoas que sofrem uma fractura da anca morrem no 1º ano pós-fractura.

Manter um estilo de vida e alimentação saudáveis, praticar exercício e reduzir o risco de queda no dia-a-dia são algumas das medidas a adoptar que podem reduzir a probabilidade de desenvolver uma má formação dos ossos.

2010-10-18