O Ginásio do Cérebro Sénior é a mais recente iniciativa da Fundação Betânia de Bragança e, segundo a diretora, Paula Pimental, deverá estar a funcionar durante o mês de março, destinado aos 110 utentes da instituição sejam residentes, de centro de dia ou apoio domiciliário.

O ginásio vai utilizar os conceito de neuróbica e neurofitness para estimular o cérebro e nasce da necessidade de dar resposta ao aumento significativo da prevalência de situações de utentes com algum tipo de demência, que em apenas um ano, de janeiro de 2015 a janeiro de 2016, passou de menos de 42% para metade dos idosos atendidos pela instituição.

A prevalência de demências é ainda superior nos utentes do centro de dia com uma taxa de 73%, de acordo com dados da instituição.

O novo projeto partiu da diretora e do assistente social Bruno Santos que explicou à Lusa que este ginásio “é um espaço alicerçado em programas de treino cognitivo cujo objetivo é ativar as funções cognitivas”.

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São, como disse, exercício de “treino mental que procuram trabalhar a concentração, a atenção, o raciocínio lógico, a parte da linguagem, da perceção”, contribuindo para “melhorar a resposta do ponto de vista cognitivo face a situações simples do dia-a-dia como vestir ou tomar banho”.

O objetivo, como salientou, é “intervir naqueles que a doença já está instalada, retardando a progressão, mas prevenir também o aparecimento”.

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A instituição adaptou uma sala para o efeito equipada com equipamento informático e de estimulação sensorial e cognitiva como painéis sensoriais, 'tablet' , computadores portáteis, coluna de água.

“Equipamento de topo específico”, vincou Bruno Santos, para projetar cores e formas, treino de orientação temporal com o dia da semana, mês, estação do ano, etc., entre outros exercícios.

“O simples facto de estar ali um grupo se calhar vai também promover a interação e a socialização”, indicou a diretora.

O Ginásio do Cérebro Sénior custou mais de 33 mil euros e ganhou um apoio financeiro de 25.200 euros de um programa da Fundação EDP, a edição 2015 da EDP Solidária Inclusão Social.

O remanescente fica a cargo da fundação tem se tem candidatado a vários programas do género e já tinha sido contemplada pela Sic Esperança com financiamento para uma sala de estimulação sensorial e terapia de relaxamento, onde funciona há quatro anos um programa de estimulação cognitiva em grupo.

O novo ginásio terá, além do equipamento, vários terapeutas, desde gerontólogos, animador sociocultural, assistente social, fisioterapeuta, e a preocupação é, segundo a diretora, “reforçar algumas práticas” já existentes na casa.

“Por outro lado, cada vez mais os utentes que chegam apresentam sinais e nós queremos também contrariar essa tendência e, ao mesmo tempo, ajudar aqueles que ainda têm consciência e que estão bem, para prevenir possíveis problemas desta natureza”, acrescentou.