5 de fevereiro de 2014 - 11h01
O Bloco de Esquerda (BE) alertou hoje para a falta de 48 enfermeiros no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga a para a alegada “exaustão” dos profissionais ao serviço, face a “8.000 horas extraordinárias mensais”.
Em comunicado, o deputado Pedro Filipe Soares cita a Ordem dos Enfermeiros para sustentar o alerta e adianta ter reclamado do Governo um esclarecimento sobre o assunto, que afetará sobretudo o Hospital de S. Sebastião, em Santa Maria da Feira.
Segundo o parlamentar do BE, a Ordem dos Enfermeiros alertou que "a escassez de profissionais de enfermagem no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, e o excesso de horas de trabalho a que são obrigados, coloca em risco a qualidade e segurança dos cuidados prestados".
Para colmatar a falta desses profissionais, a administração da estrutura - que envolve também os hospitais de S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis - vem exigindo dos enfermeiros atuais "o recurso sistemático a horas extraordinárias", pelo que "a exaustão das equipas de enfermagem é notória".
Esse esforço refletir-se-á numa média mensal de "8.000 horas extraordinárias", que a Ordem considera "um número exagerado".
Nesse contexto haverá, ainda, a agravante de "um número elevado de horas em débito a esses profissionais".
O BE informa depois que, ainda segundo a Ordem, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga já solicitou a contratação de enfermeiros para responder às necessidades identificadas, "estando o processo neste momento dependente de autorização da tutela".
Em causa, estará a entrada ao serviço de mais 48 enfermeiros, sendo que o atraso verificado na conclusão desse processo "se prende com o facto de o Ministério das Finanças não ter desbloqueado a contratação destes profissionais".
Para o BE, a situação é "resultado das restrições financeiras no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde" e demonstra que "a política de austeridade está a atacar os serviços e os seus profissionais, colocando em causa a segurança dos utentes".
A agência Lusa procurou há obter um comentário da Administração Regional de Saúde do Norte, o que não foi possível até ao momento.
Lusa