O primeiro voluntário internado tinha sido hospitalizado no domingo, mas a farmacêutica portuguesa Bial e o centro de ensaios francês Biotrial só comunicaram às autoridades francesas as reações adversas do teste três dias depois.

Numa nota enviada às redações na terça-feira, a Bial explica, contudo, que cumpriu com "todos os prazos legais".

Em comunicado, o laboratório diz ter tomado conhecimento da ocorrência de "um efeito adverso grave manifestado num paciente" a 11 de janeiro, segunda-feira, no dia seguinte ao internamento do voluntário que morreu no domingo (17 de janeiro).

"Logo que BIAL tomou conhecimento da ocorrência de um efeito adverso grave manifestado num paciente a 11 de janeiro, tomou de imediato a decisão de suspender a medicação a todos os participantes no ensaio", lê-se no comunicado.

"No dia 14 de janeiro, dentro de todos os prazos legais, Bial e a Biotrial acordaram a comunicação às autoridades e, nesse mesmo dia, em nome de Bial, a Biotrial formalizou à Autoridade Regulamentar Francesa (ANSM) e à Comissão de Ética os efeitos adversos graves registados", refere a nota. A Bial explica ainda que está a "acompanhar em permanência" o estado de saúde dos cinco voluntários que tiveram que ser hospitalizados na sequência deste ensaio". Um deles teve entretanto alta.

O laboratório confirma que mantém uma equipa em Rennes, França, a colaborar com as diversas autoridades. "É uma prioridade absoluta para a Bial encontrar as causas deste grave incidente", garante a farmacêutica portuguesa.

A molécula experimental que estava a ser testada, sob o nome de código BIA 10-2474, é um inibidor de uma proteína importante na destruição dos endocanabinóides, que atuam no apetite, na sensação de dor, no humor e na memória.