“Ao longo dos últimos anos temos vindo a assistir àquilo a que é um divórcio entre serviços públicos e Interior. A possibilidade de fechar estas maternidades apenas vem provar, uma vez mais, tal cenário”, referiu hoje o BE da Guarda em comunicado enviado à agência Lusa.
O partido lembrou que, segundo o Governo, o fecho dos serviços de maternidade acontece porque “existe uma enorme falta de profissionais para assegurar a sua existência”.
“Acreditamos que a solução não passa pelo encerramento deste serviço, mas sim em investir numa política pública de saúde, criando-se condições para a capacidade de captar profissionais para o SNS, reforçando o mesmo”, lê-se.
Para o BE, “se a política existe para servir as pessoas, então a mesma não pode contribuir para a constante degradação do SNS, assim como dos serviços prestados à população”.
Segundo a nota, o fecho de maternidades no Interior do país coloca-se, não pela falta de população nos territórios, mas porque existe “falta de vontade política em investir em profissionais que queiram trabalhar no SNS e viver no Interior”.
“Ao colocar estes serviços [maternidades] cada vez mais longe da população, [o Governo] fragiliza ainda mais o SNS, agravando os problemas já existentes há muito”.
A Comissão Coordenadora do BE da Guarda acrescentou que “a negação da realidade por parte do ministro [da Saúde] ao repetir, perante cada problema, que são apenas situações pontuais, não ajuda o SNS nem a população”.
“Já a opção que parece trazer na manga e que passa por encerrar e concentrar serviços, colocando-os mais longe dos utentes e tornando o SNS mais frágil, também em nada resolverá problemas existentes. Pelo contrário, apenas os pode agravar”, sublinhou a estrutura partidária no comunicado.
O BE considera que o Governo deve esclarecer “quais são os encerramentos que quer fazer no SNS e que modelo de funcionamento de urgências quer impor”.
“Tem, ainda, de esclarecer por que razão prefere encerrar serviços fundamentais às populações, em vez de investir no SNS e em medidas de captação, fixação e valorização de profissionais de saúde”.
O BE/Guarda lembrou que o grupo parlamentar do partido requereu uma audição ao titular da pasta da Saúde, com “caráter de urgência”, sobre o encerramento de maternidades e sobre “os graves problemas de funcionamento das urgências gerais”.
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