Uma equipa do hospital de S. João, no Porto, realizou entre janeiro e julho uma avaliação nutricional das crianças de S. Tomé e detetou cerca de 100 situações de risco nutricional, a necessitar de “intervenção imediata”.
Em declarações hoje à Lusa, o diretor do Serviço de Pediatria do hospital de S. João, Caldas Afonso, explicou que este projeto, que envolveu quatro nutricionistas e um médico, avaliou cerca de 1.100 crianças, o que representa “uma amostra significativa”, já que “S. Tomé tem cerca de 150 mil habitantes”.
Este projeto de investigação encontra-se ainda em fase de avaliação dos dados recolhidos, mas já permitiu “intervir de imediato junto de 100 crianças que se encontravam em risco nutricional elevado”, sustentou o médico.
Caldas Afonso disse que o trabalho insere-se no âmbito de uma colaboração do hospital de S. João com aquele país, iniciado há cerca de dois anos, e no âmbito da qual assegura a assistência e a formação a nível da pediatria no hospital Ayres de Menezes, em São Tomé, mantendo ali um médico em permanência.
“É uma colaboração extremamente importante para aquele país e muito enriquecedora para nós, enquanto médicos e formadores”, considerou.
Caldas Afonso salientou o facto dos cuidados pediátricos do país estarem a cargo de uma pediatra, que por coincidência é a diretora do Hospital Ayres de Menezes, e de uma outra médica cubana com formação também em pediatria.
“A nossa colaboração assume, por isso, uma importância acrescida”, considerou, referindo que no âmbito deste acordo o internamento do hospital de S. João acolheu nos últimos dois anos cerca de 20 crianças de S. Tomé para confirmação de diagnóstico e tratamento de casos mais graves.
Além do trabalho no “Ayres de Menezes”, os pediatras portugueses prestam cuidados nos centros de saúde e numa instituição da Cáritas que acolhe crianças abandonadas.
23 de setembro de 2011
Fonte: Lusa
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