A vacina é indicada para prevenir a dengue em pessoas dos 9 aos 45 anos que tiveram o vírus no passado e que vivem em áreas endémicas, de acordo com um comunicado divulgado pelo grupo.

A Dengvaxia deverá ser disponibilizada, em particular, em alguns territórios ultramarinos europeus de clima tropical, como as Antilhas Francesas, a Polinésia Francesa e a ilha francesa da Reunião, duramente atingida este ano por uma epidemia de dengue. Em Portugal, também a ilha da Madeira teve registo de casos de dengue nos últimos anos.

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Em territórios onde a dengue retorna com certa regularidade, "as pessoas que já contraíram a doença podem ser reinfetadas pelo vírus", explica o médico Su-Peing Ng, chefe do setor de assuntos médicos globais da Sanofi Pasteur, a companhia de vacinas da Sanofi, citado no comunicado.

Uma proteção eficaz para os anteriormente infetados

"Como a segunda infeção tende a ser mais severa do que a primeira, é importante poder oferecer a essas pessoas uma vacina que possa protegê-las contra novas infeções", acrescentou o funcionário. Desde o final de 2015, a vacina Dengvaxia foi aprovada em vários países endémicos da América Latina e da Ásia, incluindo México, Brasil e Filipinas.

A FDA, a agência que regula o setor de fármacos e alimentos nos Estados Unidos, também está a avaliar a questão e deve decidir sobre uma possível autorização para a comercialização desse medicamento nos Estados Unidos até 1 de maio de 2019.

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Polémica nas Filipas

Até agora, porém, as vendas de Dengvaxia têm sido extremamente modestas, de tal forma que a Sanofi não informa diretamente os seus valores nos seus resultados trimestrais.

Isso porque, no final de 2017, novos dados clínicos mostraram que esta vacina poderia agravar os sintomas da dengue em pessoas que nunca antes foram infetadas com o vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypt.

Isso limita consideravelmente suas vendas, especialmente nas Filipinas, onde a comercialização da Dengvaxia se transformou num escândalo de Estado. No ano passado, Manila apontou esta vacina como causa da morte de dezenas de crianças.

A Sanofi sempre negou veementemente estas acusações, explicando que não identificou qualquer morte relacionada à administração da sua vacina.