Os medicamentos para o tratamento destes doentes "são caros e quase nada comparticipados", faltam instalações para internamento próprio e o acompanhamento médico devia ser melhor, disse à agência Lusa o presidente da ANDAD, António Melanda.

Segundo o responsável, quando é para tratar de doentes duais "não há ninguém que os trate", sendo "deixados ao Deus dará, abandonados", por não haver uma resposta de internamento e acompanhamento "próprios", focada na patologia dual.

"Não há uma resposta concreta", frisou, considerando "urgente" que se crie um estatuto "para este doente".

António Melanda sublinha que a associação se bate "com o problema de falta de médicos e de instalações", realçando que a situação se agrava por se tratar de doentes, normalmente, com dificuldades económicas.

"Os doentes têm um problema de acompanhamento ao nível dos próprios hospitais. Muitas vezes vão a consultas e depois, como há dificuldade no acompanhamento médico e medicamentoso, os doentes acabam por abandonar o tratamento e voltam à situação anterior. Quando regressam, estão pior", realçou.

As dificuldades na aquisição de medicamentos e a falta de um acompanhamento dedicado leva a que haja muitas recaídas, apontou.

Os vários medicamentos que os doentes duais têm de tomar, podem levar a que estes tenhma de gastar "mais de 100 euros por mês", frisou ainda António Melanda.

A Associação Nacional do Doente Adicto e Dual, constituída em junho de 2015, tem nos seus órgãos sociais doentes, familiares e técnicos de acompanhamento, apresentando como objetivo defender os direitos destes doentes e promover o apoio dos mesmos.