A média estimada de 3,4 enfermeiros por mil habitantes no Algarve compara-se à de um país “subdesenvolvido”, afirmou ontem um dirigente sindical, dando o exemplo de uma unidade em Albufeira onde cinco enfermeiros prestam serviço a 51 mil inscritos.
Em conferência de imprensa, o coordenador nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), José Carlos Martins, apontou ainda os casos das Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) de Faro e de Loulé.
“Na UCC de Faro cada enfermeiro tem à sua responsabilidade 1200 utentes e na de Loulé existem doze enfermeiros para 82 mil utentes, o que dá cerca de 6900 por cada enfermeiro”, afirmou.
Apesar de o Algarve “não ser caso único”, está abaixo da média nacional de 5,4 enfermeiros por mil habitantes e do rácio determinado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 9,7 por cada mil utentes.
De acordo com o sindicalista, o número é manifestamente insuficiente, tendo em conta o aumento da população, do número de pessoas dependentes, como os idosos, e ainda do maior número de nascimentos devido ao fluxo migratório.
Ainda segundo um levantamento efetuado pelo SEP, os centros de saúde algarvios precisavam de mais cerca de 160 enfermeiros para assegurar os serviços mínimos de cuidados de saúde primários.
O sindicato refere que existem 399 lugares para enfermeiros previstos nos mapas de pessoal dos centros de saúde do Algarve, embora apenas estejam preenchidos 357, sendo que o número ideal rondaria os 500 postos.
Contudo, ouvido pela Lusa, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve contrapõe dizendo que os postos nos centros de saúde estão praticamente preenchidos.
Segundo Rui Lourenço, faltam apenas 35 enfermeiros para fechar o mapa de pessoal de 440 estipulado para os centros de saúde da região por uma portaria de 2009.
"Ao longo dos últimos três anos temos feito um esforço de consolidação e crescimento do número de enfermeiros", concluiu.
23 de setembro de 2011
Fonte: Lusa
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