“É uma pandemia controlável”, mas "não se pode combater um vírus se não se sabe onde está. Isto significa que é necessária uma vigilância robusta para encontrar, isolar, testar e tratar cada caso para quebrar as cadeias de transmissão", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus na reunião.

O responsável defendeu que os países devem ter uma "abordagem global (...) adaptada à sua situação, com a contenção como pilar central" e apelou aos países para que "encontrem o equilíbrio certo entre proteger a saúde, prevenir as perturbações económicas e sociais e respeitar os direitos humanos". 

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Pela primeira vez desde o início da epidemia, que começou em dezembro na China, a OMS declarou na quarta-feira o novo coronavírus como uma "pandemia", devido à sua "propagação", "gravidade dos casos” e pela “insuficiência das medidas inadequadas".

“Para salvar vidas, precisamos reduzir a transmissão. Isto significa encontrar e isolar o maior número possível de casos e colocar em quarentena os seus contactos mais próximos", explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Mesmo que não se consiga parar a transmissão, pode atrasar-se, protegendo os estabelecimentos de saúde, os lares de idosos e outros espaços vitais, mas apenas se forem testados todos os casos suspeitos", alertou.

Com alguns países com falta de equipamento de proteção individual, o diretor-geral da OMS disse que a organização está a trabalhar "dia e noite" para os ajudar.

A agência da ONU já enviou equipamento de proteção para 57 países e prepara-se para enviar para mais 28. Também enviou material laboratorial para 120 países.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a doença COVID-19 como pandemia, uma decisão que justificou com os "níveis alarmantes de propagação e de inação".

O termo "pandemia" é usado para descrever situações em que uma doença infeciosa ameaça milhares de pessoas em simultâneo e em várias partes do mundo. Um exemplo recente é o da gripe suína (Gripe A), que em 2009 matou centenas de milhares de pessoas.

As pandemias acontecem, em geral, quando há um vírus novo capaz de infetar seres humanos com a facilidade de ser transmitido de pessoa para pessoa de forma eficaz e continuada. O novo coronavírus, pelo que se sabe até agora, tem essas características.

De acordo com as descrições da OMS, uma pandemia exige que um vírus se espalhe pelos seres humanos em grande escala por vários países. Para se declarar uma pandemia são necessárias três condições:

  • O aparecimento de uma nova doença;
  • O agente infecioso ameaça humanos, causando uma doença potencialmente fatal;
  • O agente espalha-se de forma eficaz e continuada entre seres humanos.

A última vez que a OMS declarou uma pandemia foi em 2009, no caso da Gripe A, tratando-se da primeira vez que se considera uma epidemia provocada por um coronavírus como uma pandemia.

Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus COVID-19 em todo o mundo:

Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.

A pandemia de COVID-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ultrapassou as 124 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados.

A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.

O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas. Ordenou também a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do país, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.

Um pouco por todo o país, centenas de eventos têm sido cancelados num esforço conjunto para travar a propagação do COVID-19.

Acompanhe aqui, ao minuto, todas as informações sobre o novo coronavírus em Portugal e no mundo.

Como se transmite um coronavírus?