Mais de um terço da população portuguesa sofre de alergias, um sofrimento muitas vezes silencioso por não estar diagnosticado e faltarem medidas preventivas, alertam os especialistas, prevendo um aumento da prevalência destas doenças até 2020.

Os dados e as tendências para a próxima década são apresentados hoje no Livro Branco sobre o Futuro da Imunoalergologia, numa iniciativa da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia, em parceria com a BIAL e o contributo de centenas de peritos.

“É consensual que a prevalência das doenças alérgicas continuará a aumentar e em 2020 poderá afectar cronicamente – com sintomas quase diários – uma percentagem ainda mais elevada da população”, segundo o estudo.

O aumento mais significativo é esperado nas situações de rinite alérgica, alergia a medicamentos e a alimentos, particularmente nas crianças.

Os ambientes, tanto o exterior como o interior, são apontados como os factores de risco com mais tendência a aumentar.

Os especialistas salientam que este ano se verificaram as concentrações de pólenes mais elevadas desde que são registadas, como foi o caso das gramíneas (fenos).

Porém, a maioria dos peritos consideram que, em geral, a qualidade de vida dos doentes tenderá a melhorar até 2020, embora de forma moderada.

Por outro lado, mais de um quarto dos especialistas inquiridos considera que vai piorar a qualidade de vida dos doentes com alergia medicamentosa, alimentar e asma.

Os encargos económicos com estas doenças deverão aumentar também, nomeadamente os custos de assistência, mas irão traduzir-se “numa melhoria na qualidade de prestação”. De uma forma geral, os custos directos decorrentes de hospitalizações, consultas, medicação e exames para tratamento tenderão a aumentar, “especialmente no que refere à asma, rinite alérgica, eczema atópico e alergia medicamentosa e alimentar”, concluem.

O relatório cita dados do Eurostat de 2007 para ilustrar o panorama: “O custo da rinite na União Europeia alcançou 4,7 milhões de euros por ano, enquanto o custo da asma foi avaliado em 29 mil milhões de euros anualmente”.

Globalmente, tratar a população asmática tem um custo cerca de quatro vezes superior relativamente à população em geral.

Uma estimativa do custo total anual da asma em Portugal aponta para um valor superior a 117 milhões de euros, correspondendo os gastos com medicação a cerca de 20 por cento do total e os dias de trabalho perdidos a mais de 60 milhões de euros.

“Análises do impacto económico da asma revelam que a maioria dos custos se relaciona com a falta de controlo da doença”, concluem.

Para reduzir os custos, os médicos recomendam a assistência por especialistas e uma maior aposta na prevenção e sensibilização.

Fonte: Diário Digital / LUSA

2010-06-23

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