“Há uma ligação direta entre a atual propagação do coronavírus e a [propagação] do antissemitismo”, afirmou, em conferência de imprensa, o comissário do governo alemão para o antissemitismo, Felix Klein.
“As teorias da conspiração têm tido êxito em tempos de crise”, lamentou.
Qualificando o antissemitismo como “um vírus […] contagioso”, o responsável deu como exemplo afirmações que circulam na Internet segundo as quais a pandemia atual é o resultado de um teste falhado de uma arma biológica realizado pelos serviços secretos israelitas.
“Nas últimas semanas, os extremistas de direita tentaram utilizar a crise do coronavírus em benefício próprio”, disse.
As afirmações de Felix Klein ocorrem num contexto de forte aumento dos delitos contra judeus nos últimos anos na Alemanha.
Em 2018, este tipo de delitos cresceu quase 20%, para 1.799 casos, entre os quais 69 ataques com violência, segundo os dados oficiais mais recentes.
Em outubro, o fenómeno atingiu proporções ainda mais graves quando um presumível neonazi tentou entrar numa sinagoga de Halle, na antiga República Democrática Alemã, durante uma celebração, e, não conseguindo, disparou contra uma mulher que passava na rua e um homem que estava num restaurante turco, matando-os.
Surgido em dezembro, na China, o vírus SARS-coV-2 já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, mais de 73 mil das quais morreram.
O continente europeu, com mais de 696 mil infetados e 53 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos.
A Alemanha regista 99.225 casos e 1.607 mortes.
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