Um terço das crianças do norte do país tem pés normais e as restantes “sofrem de doenças podológicas”, revela um estudo orientado por Miguel Oliveira, coordenador do curso de Podologia da Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa (ESSVS).
Assim, só “32 por cento apresentam pés considerados normais”, aponta o estudo realizado com a colaboração dos alunos de mestrado do curso de Podiatria Infantil – uma especialidade da podologia que inclui o diagnóstico e tratamento do pé infantil e anomalias no caminhar.
Neste âmbito, foram analisadas “quase mil crianças, com cerca de nove anos ”, tendo-se concluído que, deste universo, mais de “60 por cento dos miúdos apresentavam alterações digitais e dedos em garra, 14 por cento tinham alterações dérmicas ou ungueais e mais de 50 por cento apresentavam pés assimétricos no seu apoio”.
Estes problemas, avança Miguel Oliveira, acabam por influenciar, de “forma negativa”, as funções normais do “tornozelo, anca, joelhos, coluna, membros inferiores e até da cabeça”, levando a que, mais tarde, "possam surgir outros problemas de saúde". Daí, a “necessidade no diagnóstico precoce destas patologias”, frisou o docente.
O documento alerta ainda para o facto de os problemas nos pés terem aumentado de forma tão significativa ser motivado, não só pela forma como são feitos os “novos sapatos e ténis”, mas também porque as crianças “andam cada vez menos descalças”.
Assim, e porque os futuros mestres em podiatria infantil pretendem alertar para aquilo a que apelidam de “graves problemas de saúde infantil”, vai ser organizado um jantar de beneficência a realizar hoje, no Forte de S. João, em Vila do Conde.
Além de explicarem todos estes problemas que afetam os mais novos, durante o encontro serão divulgados os pormenores deste estudo de forma a “tornar a sociedade consciente desta realidade”, avançam os alunos em comunicado.
As verbas conseguidas com este jantar de beneficência vão reverter a favor da Acreditar, a Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro.
14 de junho de 2012
@Lusa
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