Mais de 2,7 milhões de pessoas, na maioria menores de cinco anos, morrem anualmente de doenças associadas à falta de instalações sanitárias, indicou a ONU por ocasião do Dia Mundial da Casa de Banho, que hoje se assinala.

Melhorar o saneamento e construir mais casas de banho salvaria milhões de vidas em todo o mundo e acabaria com uma importante fonte de desigualdades, estimam as Nações Unidas (ONU).

"A eliminação de desigualdades pode começar nos locais mais improváveis como a casa de banho", considerou a relatora especial das Nações Unidas para o direito à água potável e a instalações sanitárias, a portuguesa Catarina de Albuquerque.

"O acesso a instalações sanitárias no mundo, mais do que outro qualquer serviço, fornece uma visão para a grande diferença entre os que 'têm' e os que 'não têm'", acrescentou, sublinhando que não ter uma casa de banho é quase exclusivamente "um fardo" dos pobres.

Apenas uma em cada três pessoas no mundo tem acesso a casa de banho, enquanto mais de mil milhões continuam a fazer as necessidades ao ar livre, lembrou.

A falta de instalações sanitárias não torna apenas os pobres doentes, como diminui as já limitadas possibilidades, forçando-os a ficarem afastados da escola e do trabalho, acrescentou.

Segundo as Nações Unidas, anualmente, as crianças perdem 272 milhões de dias de escola devido a doenças relacionadas com a falta de água potável e instalações sanitárias e as pessoas que são forçadas a esconder-se para fazer as necessidades são frequentemente vítimas de violência.

O mais recente relatório elaborado por Catarina Albuquerque para a Assembleia Geral das Nações Unidas apela para a eliminação das desigualdades no acesso à água e a instalações sanitárias.

"Não se trata apenas de assegurar o direito a instalações sanitárias, mas é também crucial para o acesso a outros direitos como o direito à saúde, à educação, ao trabalho e o direito a uma vida digna", disse.

19 de novembro de 2012

@Lusa