25 de janeiro de 2013 - 15h30
Cerca de 250 mil portugueses terão sinais de dependência de ansiolíticos ou de medicamentos para dormir e quatro em cada 10 já tomaram algum destes remédios pelo menos uma vez na vida, segundo um inquérito hoje divulgado pela Deco.
A associação de defesa do consumidor Deco realizou um inquérito a mais de 12.500 pessoas, tendo uma amostra representativa da população adulta portuguesa.
Os resultados, publicados na edição de fevereiro/março da revista Teste Saúde, indicam que haverá cerca de 250 mil portugueses com sinais de dependência.
Foram analisados os utilizadores de ansiolíticos e hipnóticos, sabendo-se já que, neste grupo, os fármacos mais usados são as benzodiazepinas, que provocam dependência.
Cerca de um quarto dos utilizadores destes remédios revelou sinais de “uso problemático”, com a sensação que o efeito dos comprimidos está a diminuir ou que está a causar maios danos que benefícios.
Segundo a revista, um quinto dos inquiridos que toma estes fármacos admitiu grande preocupação e nervosismo quando não tem os comprimidos à mão ou não os toma nas horas habituais.
Quando deixam de tomar os medicamentos, as queixas apresentadas por cerca de 40% dos doentes são problemas de sono e aumento da ansiedade.
O inquérito da Deco permitiu ainda concluir que os ansiolíticos e indutores de sono fizeram parte da vida de um quarto dos portugueses.
O consumo é mais frequente entre as mulheres, pessoas com mais de 65 anos, com dificuldades económicos, grupos com baixo nível de educação e desempregados.
A maioria dos inquiridos recorre a estes fármacos para enfrentar problemas de sono (41%), no local de trabalho (41%) e acontecimentos traumáticos (29%).
Quanto à fonte de prescrição dos medicamentos, em metade dos casos é o médico de família o responsável pela receita, seguindo-se um psiquiatra. Mas há 6% dos inquiridos que admitem tomá-los por conta própria.
Os medicamentos ansiolíticos e hipnóticos, analisados no estudo, apresentam geralmente efeitos de privação e dependência que normalmente não são atribuídos aos antidepressivos.
Lusa