Depois de uma vida ativa e participativa da sociedade onde estamos inseridos não faz sentido, nem traz dignidade, sermos depositados numa residência ou no “velhão” aguardando a morte. Após uma vida de trabalho, devemos preservar esta nossa honorabilidade pessoal até ao fim das nossas vidas, com uma “família” que nos acompanhe.

Subjacente está um princípio básico: devolver um pouco de gratidão àqueles que construíram uma sociedade que nos permite termos a qualidade de vida que temos, dar-lhes um envelhecimento ativo e digno.

A dignidade de um ser humano é um conceito imutável e deve ser preservado até ao fim dos seus dias, realizando os “sonhos” que sempre quiseram concretizar e ter uma “família” que nos acompanhe quando as exigências desta mesma sociedade não permitem que estejamos junto da família, para que a dignidade humana, a interatividade social, a participação na sociedade ou a concretização de novos sonhos ou de sonhos inacabados sejam possíveis nesta última fase.

Não faz sentido somente conferir anos à vida destas pessoas, mas, acima de tudo, acrescentar vida aos anos. Este deve ser o futuro das residências sénior, facultar uma experiência enriquecedora, ativa, mesmo nos momentos em que nos sentimentos mais débeis e sós.

O progressivo envelhecimento a que assistimos, fruto dos avanços da ciência médica e da incapacidade das famílias e própria sociedade em receber os seus idosos, faz com que, infelizmente, a realidade, ainda, seja esta. A sociedade como que obriga o depósito dos idosos em residências sénior, pois existe o receio de perder o posto de trabalho, caso tenha de se recorrer a um acompanhamento mais presente aos mesmos, por exemplo.

A curto prazo é possível, a longo prazo torna-se incomportável.

 

 

Caso Círculo de Mestres

Urge facultar outras hipóteses e daí surgiu o conceito do Círculo de Mestres, uma rede de residências sénior promotora do conceito de envelhecimento ativo itinerante entre as diferentes residências em diferentes locais (campo, cidade ou praia) procurando promover a qualidade de vida dos seus utentes, com foco no desenvolvimento físico e intelectual das pessoas, bem como na concretização dos seus projetos de vida novos ou inacabados.

No Círculo de Mestres apostamos num conceito diferenciado de mobilidade sénior que permite aos seus utentes serem itinerantes em função das suas capacidades físicas ou necessidades pessoais e de vida ou até mesmo dos sonhos que a vida não permitiu realizar.

Um artigo do professor doutor Eugénio Leite, Fundador do Círculo de Mestres.