O pilates está na moda e não é por acaso. Este método de alongamento e exercício físico, que utiliza o peso do próprio corpo, baseia-se na anatomia humana e o seu objectivo é fortalecer os músculos que rodeiam e suportam o tronco.
Como consequência, melhora a postura, reduz o perímetro abdominal e promove uma maior consciência corporal. Para além disso, estimula o bem-estar psicológico, aumenta a concentração, contraria o stress e, como se trabalham os músculos
pélvicos, beneficia a sexualidade, ajudando também a prevenir a incontinência urinária.
Cada aula de Pilates inicia-se com o alinhamento da coluna, de forma a chegar à chamada postura neutra, contraindo-se ligeiramente a barriga. Esta postura é mantida ao longo dos 50 minutos da aula.
Depois, relaxados e concentrados, seguem--se as indicações do instrutor. Bloqueiam-se os pensamentos associados ao exterior e concentramo-nos apenas nos movimentos do corpo.
As inspirações e expirações são profundas, sendo que neste método é a respiração que conduz o movimento.
Respirar correctamente é essencial em Pilates, ainda que esta possa ser a área mais complicada
de dominar. «Como tentamos manter sempre o transverso abdominal constante e suavemente
contraído, a respiração tem de ser lateral-toráxica (as costelas expandem lateralmente na inspiração e relaxam na expiração, mantendo-se o abdominal com a mesma contracção ligeira e sem levantar os ombros)», explica Ana Luís Martins, formadora de Pilates e representante do Pilates Institute em Portugal e Espanha.
«Isto exige treino mas assim também se vão treinar os músculos intercostais», acrescenta ainda a especialista. Os movimentos são controlados, fluidos e lentos.
Cada um deles é suave até se iniciar o próximo, o que permite desenvolver o controlo físico e mental. A linguagem também tem um papel importante:
«É completamente diferente pedir ao aluno para flutuar a perna, em vez de levantar. Também costumo dizer para derreter as omoplatas e o movimento
muda logo», exemplifica.
Idealmente, o Pilates funciona como complemento
para outra actividade física. «Como trabalhamos
com a musculatura interna profunda conseguimos ajudar pessoas que fazem outros desportos
a melhorar a sua prestação», refere a especialista.
«Há uma melhor postura, uma melhor utilização dos músculos e, como fazemos o movimento muito devagar, conseguimos
prevenir lesões e isso é muito importante
para qualquer desportista, seja de surf, golfe ou rugby», afirma ainda Ana Luís Martins.
Cuidados essenciais
Quem frequenta as aulas de Pilates deve estar atento aos sinais do seu corpo
e informar imediatamente o instrutor se sentir dor. «Se alguma coisa dói, não é bom sinal. As pessoas estão habituadas a treinar com dor, mas em Pilates não é esse o objectivo e isso não quer dizer que se esteja a fazer bem o exercício», afirma Ana Luís Martins.
Também se deve perguntar ao instrutor qual o nível da aula adequado ao caso individual: «Uma aula que é adequada para mim pode ser péssima para o meu melhor amigo», alerta a formadora de Pilates. Caso se tenha algum tipo de patologia é também essencial informar o instrutor.
Veja na página seguinte: O número de vezes que deve fazer por semana
Aplicação diária
Ana Luís Martins defende que qualquer pessoa deveria fazer Pilates, pelo menos, duas vezes por semana. Este método pode, aliás, também ser incluído
na rotina diária.
Por exemplo, enquanto espera em pé ou está sentado a ver televisão, contraia os músculos pélvicos e os abdominais.
Os médicos aconselham cerca de 100 contracções por dia. A conduzir, coloque o espelho
retrovisor um pouco mais para cima de forma a obrigá-la a manter as costas direitas.
Texto: Raquel Amaral com Ana Luís Martins (formadora de Pilates)
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