Sobretudo para os mais jovens, pode ser difícil gerir as emoções.
Cada vez mais, existem tipologias de família que assumem diferentes configurações, e o papel do Pai é representado por outras figuras. De forma inclusiva, é importante que estes jovens sintam que não há nada de estranho ou de errado com a sua estrutura familiar, que não se sintam excluídos ou culpados por não pertencerem à maioria ou à norma. O que deve ser sempre valorizado é a união, a presença e a qualidade dos afectos.
É da responsabilidade dos adultos ajudar os mais novos a saber como regular as emoções no Dia do Pai quando o Pai não está por luto, distância física, negligência ou pela existência de diferentes diversidades familiares. Os adultos devem abrir um canal de comunicação que permita aos mais novos exprimir e expressar as suas emoções, num dia que gostavam de arrancar do calendário.
O Dia do Pai não deve deixar de ser vivido para adquirirem, assim, a capacidade de gerir a adversidade, de lidar com a diferença e de saber regular as suas emoções nas mais diferentes situações que ocorram.
A tradicional prenda do Dia do Pai pode ser dedicada àquela figura de referência que se manteve presente nas nossas vidas, amou e cuidou de nós. Sem julgamento ou crítica, e independentemente da idade que temos ainda hoje, podemos dedicar esse presente a uma Super Mãe, a um Super Avô, Padrinho, Tia, Vizinho, Amigo, ou simplesmente assumir a escolha livre de não o oferecer a ninguém, sem qualquer peso ou obrigação.
Muitos adultos, pelas suas vivências pessoais, mantêm este sentimento agridoce de desejar que o Dia Do Pai passe rápido e deixam transparecer essas emoções aos mais novos.
Vamos sempre a tempo de nos curar das feridas e mágoas do passado, com a ajuda da Psicoterapia.
Neste Dia do Pai, que se celebre também o Dia da Família, e de todos aqueles que fazem ou fizeram parte da pessoa que hoje somos.
Um artigo de Marta Calado, psicóloga da infância e adolescência na Clínica da Mente.
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