
É comum ouvir-se comentar que o nariz é uma parte do corpo que cresce com o envelhecimento. Esta ideia surge, frequentemente, acompanhada de chamadas de atenção para se apreciar o rosto de pessoas mais velhas, no sentido de assim reconhecer a veracidade de tal afirmação.
O facto é que deveremos falar em alterações devidas a processos fisiológicos que acontecem de forma natural com o passar dos anos e podem variar significativamente de pessoa para pessoa, tendo em conta o património genético, o estilo de vida e a saúde, entre outros fatores. Trata-se de uma situação em que o aumento de tamanho não coincide propriamente com o conceito de crescimento.
Não é só o nariz que se transforma
Estas alterações não ocorrem apenas no nariz, mesmo porque a pele de todo o corpo perde resistência e flexibilidade, levando ao descaimento de diferentes estruturas corporais. Contudo, a posição central do nariz no rosto faz com que estejamos mais atentos à alteração da sua morfologia e, na verdade, um nariz com tamanho e forma perfeitamente equilibrados na juventude e na idade adulta pode transformar-se, com o tempo, num nariz demasiado comprido, grande ou largo, acrescendo, por vezes, irregularidades visíveis na pele.
Nariz pode mudar de forma
O nariz é uma estrutura altamente complexa que, para além da parte externa, a que é acessível a todos através da simples observação, se compõe de tecidos de diferente natureza que, numa articulação idealmente perfeita, confluem numa unidade funcional e estética harmoniosa e central para o equilíbrio da face. Na verdade, sob a pele, que, com o tempo se poderá tornar mais fina e menos elástica, existem cartilagens que, pelo mesmo motivo, podem enfraquecer a sua natureza de suporte e levar ao que se denomina usualmente por ptose nasal, ou descaimento. Do mesmo modo, a perda de tecido adiposo subcutâneo influencia a estabilidade mecânica da pele. Mesmo a diminuição de densidade óssea pode resultar em ligeiras modificações na configuração do nariz.
Como resolver?
As alterações acima referidas não são, contudo, irreversíveis. Os avanços da cirurgia e da medicina estética permitem duas formas principais de intervenção: a rinoplastia, processo cirúrgico que pode incidir em diferentes problemas e, se necessário, intervir na dimensão funcional (rinosseptoplastia), com resultados duradouros; a opção por procedimentos não cirúrgicos, minimamente invasivos, que permitem adicionar volume a áreas específicas do nariz, suavizar proeminências, ou corrigir uma ponta do nariz descaída, nomeadamente recorrendo à aplicação de ácido hialurónico.
Outros tratamentos
Os tratamentos com laser nas zonas periféricas do nariz podem trazer mais firmeza e melhorar a textura da pele, conferindo um aspeto mais suave e jovem, com recuperação e resultados imediatos, sendo que os procedimentos de rinomodelação podem implicar a necessidade de tratamentos de manutenção.
Em qualquer dos casos, porque o nariz é uma estrutura com grande complexidade, acima abordada de forma geral, mas à qual se acrescenta, a título de exemplo, a especificidade da sua vascularização e inervação, só a consulta com um especialista poderá determinar a abordagem adequada, de acordo com as necessidades e objetivos de cada um.
Um artigo do médico Filipe Magalhães Ramos, otorrinolaringologista e diretor da clínica FMR.
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