Hoje vive-se em liberdade, mas será mesmo assim? Será que cada um de nós é verdadeiramente livre?
A liberdade representa um todo muito extenso e vai muito para além daquilo que é físico, daquilo que é ou não possível, só somos livres se internamente conseguirmos sê-lo. Isto é, só somos verdadeiramente livres se, entre muitas outras coisas, conseguirmos ser autênticos, independentes, responsáveis, se nos permitirmos a sentir, a pensar e a agir livres de condicionamentos.
A verdade é que apesar de, por vezes, acreditarmos que somos livres, quantas vezes vivemos internamente numa ditadura, ditada por tudo aquilo que a sociedade, a família ou os outros esperam de nós? Nessas circunstâncias, a nossa liberdade fica restringida e, mais vezes do que todos desejaríamos, acabamos por deixar de tomar decisões de acordo com o nosso interior, com o que queremos, para passarmos a tomar decisões de acordo com a expectativa que os outros depositam sobre nós.
Perante tudo isto, é essencial que cada um de nós reflita de forma consciente e ativa acerca da forma como consegue, ou não, ser livre. Em todas as áreas que não nos sintamos livres, devemos começar por trabalhar o nosso autoconhecimento, a descoberta dos nossos interesses, dos nossos valores, para a partir daí, descobrirmos aquilo que somos e aquilo que queremos. Só depois desta descoberta podemos desejar e procurar alcançar a nossa liberdade interna e sermos fiéis ao nosso interior.
Neste sentido, que nunca nos esqueçamos que para que se faça 25 de Abril dentro de nós, para que sejamos livres, precisamos de ser capazes de assumir quem somos, assumir as nossas convicções e ser capazes de agir de acordo com o nosso interior.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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