Comecemos pelos factos: a última vez que pus os pés num ginásio foi em janeiro de 2020. Também não foi assim há tanto tempo. Na altura estava grávida de quatro meses e não foi a gravidez que me fez desistir, mas a rotina que tinha na altura. Eu gostava de ir ao ginásio de manhã e estava a ficar sem tempo.

A convite do Balance Club Lumiar, voltei a um ginásio. Visitei as instalações e tentei desenferrujar o meu corpo, nove meses depois de um parto e de pouco fazer de exercício sem ser levantamento do peso de um bebé.

Fui recebida pela Margarida Ravara, diretora do clube, que me mostrou as instalações e explicou todos os procedimentos. À entrada mediram-me a temperatura e informaram-me que o uso de máscara é obrigatório em todo o espaço, excepto na área de treino, no momento do exercício.

Este, em particular, é muito recente e tem uma curta vida com o desafio de abrir em plena pandemia. O Balance Club do Lumiar abriu em novembro de 2020, num espaço completamente renovado, uma lufada de ar fresco em comparação com o antigo ginásio de bairro que antes funcionava ali.

De regresso a um ginásio. A experiência na primeira pessoa
créditos: Divulgação

O espaço está dividido em várias áreas: o do treino de força, onde encontramos máquinas com tecnologia de ponta (já lá vamos), o de treino de peso livre, a área de treino funcional, que tem sempre a presença de um instrutor, o estúdio Beat, onde se realizam as aulas de grupo, como por exemplo, as do grupo Le Mills ou as Boutique, com sinalização no chão de forma a respeitar o distanciamento entre sócios, o estúdio Ride, onde se realizam as aulas com bicicleta, o estúdio Flame onde se realiza a aula IMPACT Fitboxing, exclusiva do grupo, e a piscina, com natação para bebés, a partir dos 6 meses de idade, e crianças, aulas de hidroginástica e treino livre. A piscina tem o seu próprio balneário de apoio, à parte do balneário do ginásio.

As normas estão bem definidas: respeita-se o distanciamento entre equipamentos, quando usamos um deles temos que desinfetar antes e depois de o usarmos, seguindo o lema “Limpe, treine, limpe”, há álcool gel espalhado pelo espaço, o uso de máscara é obrigatório nos espaços sociais.

Para já as aulas de grupo ainda não estão a funcionar, apenas a partir de 3 de maio, mas a lotação será muito inferior ao normal. De acordo com Margarida, num estúdio com capacidade para mais de 40 pessoas, a lotação será apenas para 8 ou 9. Todas as aulas, assim como a utilização das máquinas, têm de ser reservadas atempadamente – o que pode ser feito através da app do clube – para garantir a segurança de todos.

Há a grande vantagem de, com menos pessoas por metro quadrado, os instrutores poderem estar mais atentos às necessidades de quem está a treinar, seja com dicas, orientações ou esclarecimento de dúvidas. Eu, pelo menos, sou pessoa para valorizar isso.

Nos balneários o mesmo cenário: a verde encontramos assinalados os cacifos que podemos usar e a vermelho aqueles que estão vedados. Em relação aos duches, o mesmo acontece.

A minha visita aconteceu na manhã do dia 23 de abril, uma quinta-feira. A grande vantagem daquele horário é o facto de ter encontrado poucas pessoas a fazer o treino. O cenário mais normal pois os horários mais concorridos de qualquer ginásio são antes das 9h e depois das 18h.

De regresso a um ginásio. A experiência na primeira pessoa
créditos: Divulgação

E o que difere este de outros ginásios? O facto de os treinos serem personalizados, feitos à medida e aos objetivos de cada um.

Todos os inscritos têm direito a uma pulseira própria, que além de dar acesso a aulas ou espaços – a piscina por exemplo, de acordo com a modalidade de pagamento escolhida - acaba por ser a nossa identidade em termos de treino.

Depois de uma avaliação feita com um instrutor, a pulseira guarda o plano de treino, feito à medida de cada pessoa. E é aqui que a tecnologia de ponta começa a funcionar. De acordo com a diretora do clube, as máquinas usadas no treino de força têm a tecnologia eGym. E o que quer isto dizer? Após um primeiro treino, acompanhado por um instrutor, as nossas definições pessoais, como posição inicial, amplitude de movimento e carga a utilizar, vão ficar guardadas no chip da pulseira. Isto permite que possamos iniciar a sessão de treino a qualquer momento. E o melhor de tudo, as máquinas irão adaptar-se de acordo, não só com o treino mas também com as características da pessoa. Ou seja, não vai precisar de andar a mexer nas máquinas para a colocar à sua altura ou andar a experimentar pesos.

Estas vêm equipadas com programas específicos, de acordo com os objetivos de cada um, como perda de peso, tonificação, musculação, entre outros, ou os mais recentes de recuperação respiratória ou de reforço de imunidade, a pensar nos tempos que vivemos atualmente. A qualquer momento, este plano pode ser modificado ou alterado de acordo com o nosso objetivo e sempre com a avaliação e supervisão de um profissional do ginásio.

Feitas as explicações, chegou o momento do "vamos ver". Fiquei com a instrutora Mariana Costa que me conduziu no treino. Informei-a sobre a minha (fraca) condição física e ela sugeriu que eu fizesse um aquecimento, experimentasse as máquinas de treino de força e que terminasse com um pouco de cardio.

Posso dizer que não me saí nada mal no aquecimento e mesmo nas máquinas. Quem pratica atividade física com pouca frequência tem menos capacidade de resistência e qualquer exercício, depois de algumas séries, começa a levar o melhor da nossa energia.

As máquinas com a tecnologia eGym surpreenderam. Primeiro porque depois de feita a minha avaliação, não iria mais precisar de estar a adaptar a máquina ao meu treino. Confesso que sou pessoa que gosta pouco de mexer nos equipamentos, porque percebe pouco do assunto e muitas vezes tinha vergonha de pedir ajuda. Essa parte fica logo resolvida. E é algo fundamental pois, se não queremos fazer lesões, temos de saber usar os equipamentos corretamente e os exercícios devem ser executados com a melhor postura possível.

De regresso a um ginásio. A experiência na primeira pessoa
créditos: Divulgação

O mais engraçado no treino propriamente dito é o facto de, no ecrã, se apresentar uma dinâmica, que temos de ir ultrapassando ao longo das séries. É como se estivéssemos a jogar um qualquer jogo de computador com pesos: ou não pernas, ou nos braços.

Contactos

Balance Club Lumiar

Morada: Rua Amílcar Cabral 40-B, Lumiar

1750-020 Lisboa

Telefone: 217 582 096

O final do treino foi na elíptica, mas podia ter sido na passadeira que também tem uma mais valia: na televisão das máquinas podemos inserir a nossa conta de Netflix, por exemplo, e assistirmos ao que desejarmos nesse tempo de utilização. E sabemos que não há poucas coisas mais aborrecidas do que estar a fazer treino numa passadeira.

Conclusão: o saldo foi positivo, e quando deixei o ginásio já sentia as pernas a tremer. Escusado será dizer que nos dias seguintes estive um pouco dorida, mas não é uma sensação desconhecida para quem treina e depois deixa de o fazer.

O Balance Club pertence a um grupo com ginásios em Aveiro e Caldas da Rainha - além do Lumiar - e prepara-se para abrir outro, desta vez no centro de Lisboa, mais precisamente na Avenida da República. Neste momento está em vigor uma campanha de adesão de sócio fundador que oferece condições especiais aos primeiros 200 inscritos deste clube. A data prevista de inauguração é 31 de maio.