
A otoplastia para correção das denominadas "orelhas de abano" visa corrigir uma condição que, não implicando défices funcionais, desempenha um papel relevante na definição da aparência física, já que se destacam mais do que o habitual em relação à cabeça.
A proeminência, por vezes assimétrica, das orelhas tem um impacto psicossocial significativo, particularmente em crianças e adolescentes, razão pela qual os pais procuram cada vez mais cedo a ajuda de um especialista.
Na verdade, vários estudos demonstram problemas de autoestima e integração em contextos sociais, particularmente nas escolas, em crianças e adolescentes com orelhas proeminentes, havendo mesmo situações de provocação e bullying, o que põe em risco um desenvolvimento saudável.
A resposta mais adequada para a questão aponta para os cinco ou seis anos de idade, pelas razões a seguir expostas. Em primeiro lugar, acautela-se a correção antes da frequência do primeiro ciclo de escolaridade. Depois, garante-se o necessário desenvolvimento da cartilagem para suportar as suturas realizadas para criar a nova posição.
Previne-se ainda problemas no pós-operatório, já que a criança, com o apoio de um adulto, controla melhor a tendência para remover pensos e mexer na ferida.
O processo cirúrgico é simples, recorrendo-se a sedação e anestesia local ou, em alguns casos, a anestesia geral, sendo a cicatriz praticamente impercetível e inacessível à vista. O especialista analisará cada situação particular, propondo a técnica cirúrgica mais adequada e fornecendo todos os esclarecimentos necessários.
Um artigo do médico Filipe Magalhães Ramos, especialista em Otorrinolaringologia e Diretor Clínico das Clínicas FMR.
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