“Estamos a recuperar muito bem, a crescer muito e, nesta nova vida do Dão, estão a surgir novos produtores. Todos os anos aparecem novos produtores. Quatro, cinco, seis, 10 produtores novos. Os produtores dos vinhos do Dão passam um bom momento e, felizmente, um momento de otimismo”, contou.

O Dão, de acordo com Arlindo Cunha, “foi a grande região dos tintos do país até aos anos 1980, depois teve um período em que houve uma espécie de apagão, nos anos 1990 e início de 2000”.

O responsável pela região esclareceu que, quando se refere a produtores, “não são apenas produtores, porque isso há muitos, são pessoas que colocam vinhos com o selo do Dão no mercado”.

Para a obtenção deste selo, segundo disse, “têm de ter alguma dimensão, têm de enviar vinhos para a comissão para serem analisados, para passarem por dois exames e só depois, se passar, é que pode colocar o selo do Dão”.

“Nos últimos cinco anos crescemos 45%, em termos de quantidade de vinho certificado. E obviamente que os produtores só certificam o vinho, porque tem um custo associado, se tiverem mercado. Portanto, isto equivale rigorosamente a mercado”, esclareceu.

“Todos os anos está em crescendo. O setor na região está a atrair novos produtores e nesse sentido há alguns produtores novos que tiveram medalhas, produtores muito recentes”, disse Arlindo Cunha, após a realização do décimo concurso ‘Os Melhores Vinhos do Dão’.

O vencedor, este ano, com o prémio de melhor vinho do Dão foi para o “Tesouro da Sé”, um tinto da UDACA – União das Adegas Cooperativas do Dão, UCRL, que, obrigatoriamente, foi medalha platina, como foram também o Dão Maria João, na categoria de brancos, o Quinta das Camélias nos rosados, Adro da Sé, no branco encruzado e o Vinha dos Amores na quinta categoria, Branco de Touriga Nacional.

Neste concurso, foram avaliadas 137 amostras de vinhos de Denominação de Origem Protegida (DOP) Dão, agrupadas em categorias: vinhos brancos de lote (misturas de castas); vinhos tintos de lote; brancos e tintos de castas (monovarietais) e espumantes e rosés.

“Em cada uma das categorias, os cinco ouros mais pontuados vão a uma finalíssima para definir um platina e, dos platinas, o mais pontuado é o chamado melhor vinho do concurso, o melhor vinho do Dão”, explicou Arlindo Cunha.

A gala de entrega dos prémios realizou-se na noite de sexta-feira, mas o concurso aconteceu no dia 02, com um júri “constituído por especialistas nacionais e uma forte componente ibérica e eclética liderada por Beatriz Machado, diretora de Vinhos do The Yeatman”.

“Aos representantes das câmaras de provadores das diversas CVR do país, associaram-se enólogos, jornalistas, ‘sommeliers’ e outras entidades ligadas ao vinho, totalizando 28 jurados”, especificou.