Este espaço reservado e resguardado da confusão do mundo e do trânsito é da responsabilidade do Chefe Vítor Claro, e fica instalado num charmoso edifício virado para o mar. A decoração é simples, aqui não se requerem distrações, a comida é a atração principal e a vista a companhia perfeita.
De inspiração portuguesa, mas com clara influência mediterrânica, os pratos são apelativo, saborosos e têm por base ingredientes nacionais e locais, como o peixe ou os cogumelos por exemplo, na sua maioria.
Reaberto este mês com um ar fresco, simples e acolhedor, o Claro apresenta uma carta recheada de surpresas como a Azevia à Delícia, a Bochecha de Novilho à General Wellington, o Salmão fumado caseiro com sumo de salada Waldorf e remoulade de aipo, o Lavagante em caldo essencial, massinhas de rutabaga e verduras, entre muitos outros.
A abrir as hostes e para entreter o comensal enquanto espera pelo repasto, um delicioso pão feito na casa, acompanhado de uma saborosa manteiga de cabra, mesmo de fazer água na boca. Aqui, temos mesmo de nos controlar para parar de comer, pois é mesmo irresistível.
Elemento obrigatório nas “Casas Portuguesas”, o Chefe preparou também alguns pratos em que o pão é o acompanhamento, mesmo os estrangeiros não conseguem resistir.
Dependendo do apetite de cada um, pode optar por uma refeição à carta, ou escolher um menu de degustação de oito pratos, ou ainda sentar-se à “Mesa do Chefe”, (desejo antigo de Vitor Claro), uma mesa com capacidade para 14 pessoas, numa sala mais intimista, e experimentar um menu especialmente criado para a ocasião.
A nós coube provar o clássico Bacalhau à Conde da Guarda, que apresenta um saboroso e fresco dueto de purés, (um de batata com bacalhau e outro de tomate); o Salmão fumado caseiro com sumo de salada Waldorf com e remoulade de aipo, o indescritível Raviolo de gamba e cogumelos ‘Santi Santamaria’ (numa homenagem ao Chef espanhol); uma Azevia à delícia com alcaparras, banana e limão e um Caldo oriental de choco da costa.
Nas carnes, a opção recaiu sobre uma tenra e deliciosa Bochecha de novilho General Wellington, com massa folhada, foie gras, cogumelos, ervilha torta e molho de natas ácidas.
A terminar a refeição, uma fresca e apelativa sobremesa à base de espuma de iogurte e granizado de basílico, faz a ponte entre os momentos da refeição, seguida de uma gulosa Tartelete de amêndoa, ovos com molho de caramelo e canela, de inspiração conventual.
A acompanhar a refeição vinhos nacionais, com destaque para o Dominó, branco (Monte das Pratas Branco 2012) e tinto (Salão Frio tinto 2011) produzidos pelo próprio Vítor Claro, e Foxtrot Dominó tinto 2014 (mas pode sempre optar por outros pois o restaurante tem um escanção próprio e uma boa garrafeira mesmo à vista do cliente).
Tal como num bom menu de degustação, as doses não são muito grandes, mas de tamanho ideal, para conseguirmos passar ao prato seguinte, e o suficiente para nos levar a querer regressar e voltar a repetir algumas delas.
Vítor Claro formou-se na na Escola de Hotelaria do Estoril, passou pelas cozinhas do Vila Joya, do Savoy em Londres, do catalão El Racó de Can Fabes, da Herdade da Malhadinha Nova em Beja ou do Hotel Albatroz em Cascais, entre outros, e está aqui, com o seu Claro há mais de 4 anos.
O Claro tem um custo médio de refeição de 65 euros por pessoa, encerra à segunda feira e fica na Avenida Marginal, Curva dos Pinheiros, Hotel Solar Palmeiras, 2780-749 Paço de Arcos. As reservas podem ser feitas pelo telefone:21 4414231.
Um “segredo” que vale mesmo a pena descobrir”.
Reportagem de Elsa Furtado
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