
A região do Loire, no sul da Borgonha e Beaujolais, onde o clima está a tornar-se mais propício à produção de vinho, é já considerada uma das zonas de futuro para a produção de vinho em França.
Por outro lado, com o aumento das temperaturas médias, a área de vinha no Reino Unido, para não falar da qualidade do vinho produzido, está a crescer significativamente. Condados como Kent, no Sudeste, onde produzem predominantemente vinho espumante, têm sido tradicionalmente o coração da indústria, mas agora os valores das vinhas noutras regiões estão a aumentar, como é o caso do condado de Essex, no leste do país, onde os produtores estão a fazer experiências com diferentes variedades de uvas para criar vinhos rosés e tintos tranquilos. Aqui o preço por hectare de vinha já ronda os 120 mil dólares, tendo subido 20% em 2024. Estas são informações que retiramos do The Wealth Report, um estudo anual produzido pela Knight Frank, consultoria imobiliária e agência imobiliária com sede em Londres.
A mesma fonte sublinha que a mitigação das alterações climáticas está também a influenciar a utilização dos solos nas zonas mais tradicionais de Portugal. E aqui, é a região do Douro e dos vinhos Verdes que vêm os preços das terras a subir mais.
A região de Barolo, em Itália é a mais cara do mundo para a produção de vinho
Ainda de acordo com o The Wealth Report, que em Portugal conta com a parceria da consultora imobiliária Quintela e Penalva, a região vitivinícola mais cara do mundo é, desde 2021, o território italiano de Barolo, cujo preço por hectare ronda os 2 milhões e 80 mil dólares, registando uma subida de preço, em 2024 de 5%.
Segue-se a famosa região de Bordéus, Margaux, (em França) em que o hectare custa 1 milhão e 250 mil dólares (caiu 4%), seguida da região de Rutherford, em Napa Valley, nos Estados Unidos (em terceiro lugar) com o preço de um hectare a custar 1 milhão e 200 mil dólares (mantendo-se o preço estável no ano passado).
Já na região de Champanhe, em França, o valor dos terrenos com vinha sempre foi muito variável, com as vinhas classificadas com denominações d'origine contrôlée (AOC) (AOC) e outras, como a Provença, muito populares entre os investidores interessados neste setor. Aqui um hectare de vinha custa em média (1 milhão e 40 mil dólares por hectare) e já não é a região francesa de produção de vinha mais cara (quinta mais cara do mundo), tendo a ainda à frente a região de Burgundy/ Côte de Nuits, com o preço a rondar 1 milhão e 90 mil dólares por hectare.
Tal como Bordéus, as principais zonas produtoras de vinho tinto de Espanha como La Rioja, estão a sofrer sobreprodução, mas existe uma distinção clara entre o mercado para as adegas e as vinhas
A procura de adegas em zonas especializadas em vinho branco, como a Galiza, está também em alta. No entanto, os preços por hectare de vinha em Espanha estão ainda longe dos preços praticados em Itália, França ou Estados Unidos. No país vizinho, um hectare de vinha na região da Rioja custa em média 80 mil dólares, um preço semelhante ao de Stellenbosch, na África do Sul.
Já as regiões que viram os seus preços descer em 2024 foram a Nova Zelândia, cujos preços desceram cerca de 33% por hectare, seguida da Austrália, com os preços a estabilizarem nos 60 mil dólares por hectare, mas a registarem uma queda de 10%.
Já em Portugal, segundo a Quintela e Penalva I Knight Frank, tem havido uma elevada procura por quintas no Douro e na região dos Vinhos Verdes, mas os valores por hectare estão longe dos preços praticados nas regiões mais famosas do mundo. “Dependendo da localização e do património edificado associado o valor por hectare nestas regiões varia muito. Pode ir dos 10 mil euros aos 30 ou 40 mil euros por hectare”, refere Carlos Penalva, sócio fundador da Quintela e Penalva.
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