Em 2021 a 5 e Meio inaugurou uma nova imagem, e o primeiro Tap Room da marca, na Ericeira, para que todos possamos conhecer melhor o universo da cerveja artesanal.

UM HOBBIE QUE SE TORNOU SÉRIO

Aos fins de semana, um grupo de colegas de trabalho costumava encontrar-se para um hobbie que, aos poucos, mais do que uma diversão se viria a tornar numa terapia. Na altura, existiam pouco mais de 10 marcas de cerveja artesanal em Portugal, e começavam a surgir alguns eventos em torno deste universo, que promoviam a partilha de experiências entre cervejeiros e consumidores.

Depois de adquirido um kit de produção de cerveja, a primeira criação do grupo viria a encorajá-los a despender cada vez mais tempo no novo desafio, à procura de melhores resultados. De resto, acabou por dar nome à marca que haviam de criar, pois 5 e Meio era o teor alcoólico desta primeira produção.

Na altura, Teófilo Oliveira, Ana Dias e Andreia Silva estavam longe de imaginar que ao longo dos oito anos que se seguiriam, iriam ganhar prémios, desenhariam cervejas para hotéis e restaurantes, e teriam um espaço para as apresentar a todos consumidores.

Em 2021 é esse o ponto da situação, um ano depois de, após várias modificações na equipa, se ter juntado ao grupo Luís Pereira, vindo da área financeira e também apreciador de cervejas artesanais.

A cada produção descobriam-se novos sabores e aromas. Nem todas foram bem sucedidas, mas cada insucesso era uma aprendizagem para o futuro, uma nova oportunidade para evoluir. O crescimento da 5 e Meio foi feito em boa parte assente no espírito “faça você mesmo”, e é isso que lhe atribui um carácter tão distinto.

INSPIRAÇÃO

A história da cerveja é milenar, com produções que remetem para o Antigo Egipto. Calcula-se que tenha ressurgido na Europa nos últimos 5 séculos, sempre feita com recurso aos mais diversos ingredientes, muitas vezes condicionada pe-las condições naturais de cada local. No caso da 5 e Meio, muita da inspiração advém de mercados que foram mais dinâmicos nesta área nos últimos 20-30 anos, como o norte--americano, o britânico ou o alemão, cuja evolução está bem documentada e serve de base para quem quer saber mais e dar largas à imaginação.

À literatura e experiência decorrente desta, a equipa juntou as lições apreendidas no convívio com outros cervejeiros, recuperando a tradição em métodos de produção e escolhas de ingredientes, por mais improváveis que pudessem ser, e juntaram-lhe a sua vontade constante de criar e descobrir. E isso sente-se em cada cerveja que dão a provar.

Uma cerveja única. Uma marca experimentalista. É na procura do único e do singular que assenta a essência da 5 e Meio. Ao experimentalismo patente nas escolhas e à com-binação dos ingredientes para as cervejas — mas também nos instrumentos e técnicas de produção utilizados —, junta-se uma forte componente “mão na massa”, em muitas horas investidas no trabalho de laboratório a fazer acontecer.

cerveja artesanal 5 e Meio
créditos: 5 e Meio

A marca define-se como sendo local, mas capaz de ir a qualquer lugar no mundo dar a provar as suas cervejas. Trabalham com fornecedores da região de Mafra, e priorizam sempre o produto português. É assim com o mel, com o pão saloio, com os morangos e o cereal do Oeste ou as laranjas do Algarve.

A diferenciação primordial da 5 e Meio é o facto de ter abraçado, quase desde o seu início, as cervejas envelhecidas e a recuperação das receitas históricas por trás destas, num verdadeiro investimento em criatividade através de ajustes às receitas históricas, para as adequar aos tempos atuais.

Estas cervejas carecem de um estágio entre barrica e garrafa de, pelo menos, dois anos; só depois podem ser consumidas, numa experiência verdadeiramente gratificante para os seus criadores, que as veem evoluir, e vão descobrindo novas notas de prova com o passar do tempo, tão necessário para a natureza fazer o seu trabalho.

A base para o desenvolvimento de novas cervejas passa pela harmonização que, defendem, cria um mútuo benefício para a comida e para a própria cerveja artesanal, resultando numa experiência de sabores e aromas única — seja em harmonização com alta gastronomia ou um simples croquete.

TAP ROOM

Em 2021, a chegada da nova imagem, mais elegante, sóbria e vigorosa, faz-se acompanhar de uma outra novidade: em Abril, estrearam o Tap Room na Ericeira, onde o convite para a descoberta da qualidade e da consistência das cervejas artesanais é feita a admiradores, curiosos, conhecedores, ou simplesmente aos que pretendam passar um bom momento, com alguns petiscos e boa cerveja portuguesa na mesa.

Com o objetivo de se aproximarem do consumidor, de desmistificarem a bebida e explicarem a arte e a ciência por trás desta, inauguraram este espaço onde os 22 lugares interiores, e os 22 no exterior, permitem a tão desejada comunicação direta que procuram com quem prova as suas cervejas... e não só.No espaço há 8 torneiras com variadas cervejas da marca, colaborações com outros cervejeiros, e cervejas de terceiros que se enquadrem no perfil de produto que pretendem dar a conhecer.

Taproom 5 e Meio
Taproom 5 e Meio créditos: 5 e Meio

A lista de tipologias disponíveis vai mudando em função da disponibilidade, e das criações que forem sendo lançadas, trazendo dinamismo e surpresa constantes. As cervejas envelhecidas também marcarão presença, em garrafa, para serviço à temperatura adequada.

Adicionalmente, estão disponíveis growlers com uma capacidade de 1 litro de cerveja, cheios a partir das torneiras, que dão oportunidade ao cliente de levar a cerveja Lab Series para casa... ou para onde quiser.

Com um conceito que vive da permanente harmonização com comida, o projeto tem uma lista de pratos e petiscos para partilha, com especial incidência nos sabores da região de Mafra, pensados para um casamento feliz com as cervejas. Para que ninguém se sinta excluído, há também uma seleção de vinhos da região, com serviço a copo.

CERVEJAS

As receitas que utilizam são muitas vezes desenvolvidas a partir do método “e que tal fazermos uma cerveja com ...?”. Desenhada uma imagem mental do que pode ser a experiência sensorial de provar determinada tipologia ou combinação (no que diz respeito ao seu corpo, aroma, amargor, cor, carbonação), começam a encaixar os ingredientes em “proporções divinas” para atingir o conceito que tinham em mente.

cerveja artesanal 5 e Meio
créditos: 5 e Meio

A partir de um lote pequeno que testam no próprio laboratório, procuram assegurar que o produto tem as características pretendidas. Depois de analisarem as várias perspetivas de produção, acabam quase sempre com uma combinação distinta da que se propuseram criar.

Os parâmetros técnicos da cerveja, como o índice de amargor e a densidade final, são definidos antes da produção, de modo a que os algoritmos estabilizem ingredientes e técnicas de produção. Em termos de testes, existem os periódicos, que fazem aos parâmetros da cerveja ainda em fermentação e maturação, e os mais sensoriais (através da visão, aroma e paladar), já com produto final. É aí que estabelecem a harmonização da cerveja.

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