O projeto, denominado ‘ApisRAM’ e que “pretende validar um modelo de avaliação de risco para colónias de abelhas melíferas a nível europeu, vai reunir em Coimbra “especialistas da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, na sigla original em inglês) e investigadores do Brasil, Dinamarca, França, Irlanda, Itália e Portugal”, informou hoje a Universidade de Coimbra (UC), numa nota enviada à agência Lusa.

O modelo “permitirá prever o estado de saúde das colónias de abelhas adotando uma abordagem holística ao problema”, explica José Paulo Sousa, coordenador da equipa portuguesa de especialistas, que é composta por sete investigadores do Centro de Ecologia Funcional (Centre for Functional Ecology - Science for People & the Planet) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC.

Exposição a pesticidas está a dizimar colónias deste animal

Essa abordagem não integrará “apenas informação sanitária sobre as colónias” de produtoras de mel (por exemplo, incidência de varroa e outras doenças) e “efeitos derivados da exposição a pesticidas, mas também a influência da composição e gestão da paisagem (essencialmente ao nível de práticas agrícolas e disponibilidade de recursos florais)”, sublinha, citado pela UC, José Paulo Sousa.

A solução desenvolvida no âmbito do ‘ApisRAM’ será utilizada pela EFSA, que financia o projeto, e pelos diferentes países europeus, “não só na avaliação de risco de pesticidas”, mas também por outras agências europeias, como as direções-gerais da Agricultura e Desenvolvimento Rural ou do Ambiente, como “ferramenta de gestão do território”, acrescenta José Paulo Sousa.

Trata-se de uma ferramenta que permitirá “a tomada de decisões sobre as práticas de gestão ao nível da paisagem para minimizar o risco para estes polinizadores”, conclui o investigador e docente do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC.

O encontro de especialistas em Coimbra, que decorrerá entre terça e quinta-feira, no Departamento de Química da FCTUC, e que inclui visitas aos locais de estudo em Portugal, servirá para definir as metodologias de monitorização em campo e em laboratório a executar durante os próximos dois anos.