Findo o estado de emergência a 2 de maio e num momento em que o Governo estuda o formato e regras para a reabertura de restaurantes e similares, a AHRESP maior associação do setor em Portugal, organizou, a 29 de abril um webinar. A conferência, em formato digital teve o objetivo de esclarecer as muitas dúvidas e ansiedade dos empresários da restauração.
Momento para Ana Jacinto, secretária-geral daquela associação setorial, apelar à “calma e ponderação” e esclarecer que o “Guia de boas práticas” elaborado por aquela entidade e agora entregue ao Governo, não ter previstos “acrílicos e medidores de temperatura”. A este propósito a dirigente da AHRESP sublinhou que “temos muitos empresários a fazer compras de acrílicos e medidores de temperatura. Neste momento essas medidas não constam do guia, pelo menos da nossa parte”. Recordando que nos últimos dias tem circulado uma versão do guia, Ana Jacinto sublinhou que aquele "é um documento de trabalho e não corresponde à versão que foi entregue ao Governo".
Recorde-se que o manual com as propostas da AHRESP para uma reabertura segura dos estabelecimentos, foi entregue já esta semana ao Governo. “Transmitimos ao primeiro-ministro o desejo dos empresários da restauração de reabrirem portas. Mas com duas condições, a saúde e segurança e também a economia”.
Há, contudo, que salientar que os procedimentos para reabertura dos estabelecimentos terão de contar com a validação da Direção-Geral da Saúde, Autoridade para as Condições de Trabalho, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e pelo Turismo de Portugal.
“Estamos a aguardar que sejam incorporadas as soluções das autoridades que referi, para que o documento volte à AHRESP e, aí, integraremos toda a informação. Faremos pequenos vídeos de curta duração, para capacitação dos empresários. No final, gostaríamos que existisse um selo que garantisse a segurança aos consumidores”.
Ana Jacinto elencou as medidas gerais previstas no guia, que já constavam da informação há alguns dias na página da associação e que o SAPO Lifestyle aqui noticiou, nomeadamente a reorganização dos espaços, regras de contro de entrada, regras de limpeza e desinfeção.
“Dentro de cada capítulo, o que pedimos é fácil de implementar. Quem está na restauração sabe o que estou a dizer. Há anos que cumpre regras rígidas ao nível do HCCP, da higiene, entre outras. Naturalmente, há questões relacionadas com a proteção individual, aquisição de mais detergentes, de mais desinfetantes. Agora, como as empresas organizarão o layout, queremos deixar ao critério do Governo e dos empresários”.
Uma nova realidade que, face ao atual momento que vive o setor, carece de apoios. “As empresas vão reabrir em condições excecionais. Nesse sentido, precisamos de apoio, nomeadamente à compra dos equipamentos de proteção individual”. Um custo que, de acordo com Ana Jacinto, “não será nesta fase diluído nas receitas, porque as empresas não as têm, ou estão diminuídas”.
A dirigente da AHRESP salientou o facto de Pedro Siza Vieira, ministro da economia, “ter falado, no âmbito de uma visita que fez a uma empresa, de medidas de apoio para o setor, o que é bom”.
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