Foi numa antiga mercearia em Alijó, Casa da Noura, que se fez a apresentação da quarta edição do evento que se realiza desde meados da década de 1990, inicialmente com outros nomes, e desde 2018 com a denominação que mantém hoje.
"Alijó é um dos concelhos com mais produtores de uva, cerca de 70 produtores/engarrafadores", afirmou José Rodrigues Paredes, presidente da Câmara Municipal de Alijó. Destes, perto de 30 dedicam-se à produção de Vinhos dos Altos e há também quase 30 unidades de enoturismo no concelho.
“Quer-se com este evento potenciar as qualidades do território e ajudar a promover os vinhos”, acrescentou o autarca, uma vez que “vinho também é cultura, também é património e também é paisagem”.
A edição de 2023, que acontece de 16 a 18 de junho, no Parque da Vila, assinala ainda o arranque de uma aposta estratégica por parte da autarquia com a criação da marca Vinhos dos Altos, de forma a promover o território e potenciar este nicho de mercado. “Este é um outro Douro que damos a conhecer, onde os vinhos brancos protagonizam um papel de destaque e que é menos divulgado e reconhecido na região. Queremos alterar este paradigma, o Douro, principalmente a cotas mais elevadas, consegue colocar no mercado vinhos de excelência, de grande qualidade e com uma personalidade única”, referiu José Rodrigues Paredes.
Na apresentação da Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos destacou-se também uma nova geração de produtores de vinho “com uma identidade muito própria que ousou criar vinhos que fogem ao perfil habitual do Douro. São produtores que estão instalados no Planalto de Alijó, uma zona mais fresca do Douro que, durante muito tempo, esteve fora do radar”, acrescentou o autarca.
Nesta feira vão marcar presença 45 produtores de vinho, de pequena, média e grande dimensão, que produzem ou têm as suas unidades de produção e engarrafamento no concelho. No ano passado a feira recebeu cerca de 15 mil visitantes e as expectativas para este ano é que o número seja ultrapassado.
Como é tradição neste tipo de certames, também vão estar presentes alguns expositores de produtos locais, como o azeite, pão, bola de carne, mel e frutos secos. O programa inclui ainda provas comentadas de vinhos, palestras, showcooking dedicado a tapas e petiscos de polvo galego, e muita música, num cartaz que ainda não está fechado, mas que vai contar com a apresentação daquela que é a Banda Filarmónica em atividade mais antiga do país, Mamede de Ribatua, com 220 de vida.
À semelhança de outros anos, vai realizar-se o Concurso Escolha de Imprensa Vinhos dos Altos, dirigido a profissionais, onde serão eleitos os melhores vinhos dos produtores presentes na feira.
A edição deste ano, com inauguração marcada para as 17h30, arranca com um seminário dedicado ao impacto das alterações climáticas no Douro, nomeadamente os prejuízos provocados pela queda de granizo na produção de vinho que inclui a apresentação de um projeto inovador relativa à implementação de um sistema anti-granizo. Esta é uma parceria conjunta entre produtores, UTAD e municípios de Alijó e Sabrosa.
O acesso à feira é gratuito sendo possível fazer-se a aquisição de um copo cujo preço estará fixado entre os dois e três euros. A novidades deste ano é um passeio de clássicos que irão percorrer quintas e locais de interesse turístico do concelho.
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