O “Vinho do Ano” é obtido pelo produtor e enólogo Luís Pato, a partir de uma vinha pré-filoxérica da casta Baga – Luís Pato Pé Franco das Valadas 2020 é um tinto de acidez pronunciada, delicado e equilibrado, com grande potencial de evolução.

Rocim, de Catarina Vieira e Pedro Ribeiro, com foco especial no Alentejo e em Lisboa, para lá de múltiplas parcerias noutras regiões do país e também no exterior, alcançou o título de “Produtor do Ano”. A Quevedo, que exporta 94% do que produz para 37 países, foi distinguida “Produtor de Vinhos Fortificados do Ano”, na medida em que desempoeirou a linguagem e a imagem do Vinho do Porto, contemporaneidade que é um contraponto com os fortificados com indicação de idade, de longo envelhecimento em casco. O “Produtor Revelação do Ano” é o projeto Domínio do Açor, no Dão, que reúne uma dezena de investidores brasileiros e tem alcançado exemplares de grande nível, com assumida inspiração nos vinhos da Borgonha.

A celebrar 190 anos e esfera de ação muito além da Península de Setúbal natal, a José Maria da Fonseca, sediada em Azeitão, foi considerada “Empresa do Ano”. A gama de vinhos Dory, elaborada na região de Lisboa pela Adega Mãe, arrebatou a distinção “Marca do Ano”.

David Baverstock, provavelmente o mais português dos australianos, atualmente coordenador de enologia do grupo Winestone, foi considerado “Enólogo do Ano” e o “Enólogo Revelação” é Jorge Mata, que surpreende pela irreverência e tensão dos vinhos Ramilo, em Sintra.

revista de vinhos
revista de vinhos Os galardoados em mais uma gala promovida pela "Revista de Vinhos". créditos: Revista de Vinhos/Estúdio Base

O enólogo João Nicolau de Almeida, que esteve 40 anos ligado à Ramos Pinto até arrancar o projeto familiar da Quinta do Monte Xisto, igualmente no Douro, foi eleito “Personalidade do Ano no Vinho”, em reconhecimento pelo trabalho promovido naquela região durante estas últimas décadas. O título “Personalidade do Ano na Gastronomia” galardoou Manuel Pinheiro, o proprietário do restaurante e marisqueira O Gaveto, uma das catedrais gastronómicas de Matosinhos. António Montenegro Fiúza foi considerado “Personalidade do Ano no Brasil” na sequência do apoio prestado à divulgação das empresas portuguesas naquele mercado, bem como pela facilitação de intercâmbios de investimentos entre atores dos países irmãos, incluindo nas áreas do vinho, da gastronomia e do enoturismo.

Restaurantes e Enoturismo

Joana Reis, a head sommelier do restaurante algarvio Avenida, em Lagos, foi distinguida “Sommelier do Ano”. A Garrafeira Estado d´Alma, em Lisboa, obteve o reconhecimento de “Loja/Garrafeira do Ano”. O prémio “Enoturismo do Ano” foi atribuído à Quinta de Ventozelo, no Douro, e a cidade do Porto foi considerada “Destino Gastronómico do Ano”.

O sublinhado “Viticólogo/Investigador do Ano” destacou o trabalho de Ana Mota, responsável de viticultura da Quinta Nova (Douro) e Taboadella (Dão). A distinção “Distribuidor do Ano” elegeu a Wine Concept.

O duas estrelas Michelin Ocean, do algarvio Vila Vita Parc, em Porches, onde pontifica o chef Hans Neuner, conquistou o prémio “Restaurante do Ano” e  Octávio Freitas, atualmente a liderar o Desarma, no Funchal, foi eleito “Chefe de Cozinha do Ano”.

Alfândega do porto
Alfândega do porto Alfândega do Porto. créditos: Revista de Vinhos/Estúdio Base

Aurora Goy, do restaurante portuense Apego, venceu a promissora categoria “Chefe Revelação do Ano e a Tasquinha da Linda, em Viana do Castelo, alcançou o título de “Serviço de Vinhos do Ano”. O queijo Granja dos Moinhos, o chèvre da Maçussa, elaborado por Adolfo Henriques, obteve o galardão de “Produtor Artesanal do Ano”.

A Revista de Vinhos atribuiu ainda o prémio Homenagem ao presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira. A par disso, entregou os diplomas aos 30 “Vinhos Excelência” eleitos pelos provadores da publicação e distinguiu o vinho tinto EA 2022, Regional Alentejano elaborado pela Adega da Cartuxa – Fundação Eugénio de Almeida, como “Compra do Ano”.

“Os prémios ‘Melhores do Ano’ da Revista de Vinhos são, há quase três décadas, um momento de celebração. São considerados os ‘Óscares’ do setor e refletem não só a evolução do panorama vitivinícola nacional, mas também a solidez e a resiliência daqueles que nele trabalham. Este ano, atribuímos prémios em 25 categorias, destacando projetos e protagonistas que marcam a diferença. Em 2024, reconhecemos o mérito e o empenho de tantos profissionais, mas também olhamos o futuro com confiança e entusiasmo”, refere Nuno Guedes Vaz Pires, diretor Revista de Vinhos.

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