Bastaram algumas horas para que a hashtag #Tomates, lançada pelo chefe de cozinha Ljubomir Stanisic, se enchesse de publicações de chefes de cozinha, empresários e equipas, ligados ao setor da restauração em Portugal.

Um movimento no Instagram que visa exigir ao Governo o encerramento imediato de todos os estabelecimentos de restauração em Portugal na sequência das medidas para a contenção da pandemia de COVID-19 e salvaguarda da saúde das populações.

A 14 de março, numa entrevista à TVI, a partir do seu restaurante 100 Maneiras, em Lisboa, Ljubomir afirmou ter fechado os seus restaurantes por determinação própria por “falta de tomates do Governo” para o fazer. Uma medida que para o mediático chefe de cozinha, visa “proteger a saúde pública", dos clientes e dos funcionários dos restaurantes. "Temos de fechar portas para não espalhar a doença. Não fechei por falta de clientes, mas sim por questões cívicas”, acrescentando que “só farmácias, supermercados e hospitais” deviam manter as portas abertas.

Já antes, a 12 de março, o também empresário, havia deixado no Instagram uma mensagem emotiva ao Governo: "todas as horas são críticas e, a cada hora que passa, se torna mais difícil gerir o desespero - das equipas, o nosso, do setor. Estamos impotentes. Não há nada mais que possamos fazer sozinhos. Precisamos da vossa ajuda, precisamos de uma atitude firme e perentória, rápida, urgente!”

Quanto ao apoio da AHRESP, entidade que representa o setor a nível nacional e junto do Governo, na entrevista que concedeu à TVI, Stanisic sublinhou que esta “ainda não conseguiu falar com o Estado. Compreendo porque estamos numa crise mundial”.

Recorde-se que nos últimos dias têm-se sucedido os encerramentos de estabelecimentos de restauração como aqui damos nota.

No movimento que agita as redes sociais, #TOMATES, os chefes de cozinha envergam camisas com a palavra que dá forma à iniciativa, fazendo-a acompanhar da sua expressão de descontentamento face às medidas tomadas para o setor (redução de um terço da capacidade máxima de cada restaurante) e exigindo o encerramento imediato dos estabelecimentos.

Leopoldo Calhau (Taberna do Calhau), Luis Barradas (Okah), Vítor Adão (O Plano), Hugo Nascimento (Naperon), estão entre os chefes de cozinha que aderiram ao movimento.