“Somos uma casa de pasto familiar fundada por Galegos (4ª geração atualmente) no 1913, ao pé do Mercado da Ribeira. Já por cá passou muita malta para matar a fome e a sede nestes últimos 106 anos, podem imaginar …”
É desta forma que a Casa Cid, estabelecimento de comeres petisqueiros da capital de portas abertas há mais de cem anos, lança o mote para o abaixo-assinado que lançou online para evitar o encerramento daquele espaço.
A iniciativa “Não deixem fechar a Casa Cid!!!”, surge após o anúncio da compra do edifício, na Rua Ribeira Nova 32, por um grupo de investimento alemão (Sete Colinas) e consequente aviso de despejo para maio deste ano e que não foi cumprido pelos proprietários do estabelecimento. O caso encontra-se neste momento em tribunal.
A casa, fundada pelo galego Eduardo Cid, cedo se tornou famosa entre os passantes e frequentadores da zona da Ribeira, em Lisboa, por servir bifanas, barbatanas de bacalhau, entre outros petiscos populares. Com o tempo, o estabelecimento, encorpou o cardápio, introduziu-lhe pratos mais robustos, nunca perdendo a feição petisqueira, como a mão de vaca, a dobrada, a chanfana, o bacalhau assado, as caldeiras e o cozido à portuguesa.
Atualmente, é Borja Durão, bisneto do fundador que, a par com um funcionário, dirigem os destinos da Casa Cid.
Continua o texto que serve da base ao abaixo-assinado a entregar, entre outros, junto da Câmara Municipal de Lisboa, Fundo 7 Colinas e Junta de Freguesia da Misericórdia: “Por causa do desenvolvimento de Lisboa, um fundo de investimento do Norte da Europa comprou o prédio onde encontra a Casa Cid para fazer um hotel de luxo, e infelizmente querem correr com a gente, porque acham que nesta ´nova Lisboa` de turistas e tuk-tuks não há espaço para uma humilde tasca. Além disso, a CML acha que não somos uma loja com história”.
“Porque Lisboa precisa de mais torresmos e menos aldrabices gourmet; porque Lisboa quer carapauzinhos fritos, feijoada, postas de bacalhau à maneira, dobrada, pescada cozida, cozidos valentes, caldeiradas e pataniscas”, conclui a petição já subscrita por alguns milhares de cidadãos.
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