Quando batem as 13h, assistimos a uma espécie advento daqueles que escolhem passar o dia ou a manhã na praia, durante as férias. Grupos com crianças percorrem o passadiço no caminho inverso ao mar em busca de almoço. A hora não é a melhor para apanhar banhos de sol.
Colocamos o nome do restaurante no GPS e percorremos uma estrada de terra batida, vindos da zona de Olhos de Água, até não dar mais. Com Vilamoura no horizonte, o Domes Lake Algarve nas nossas costas – o restaurante é uma extensão do resort de luxo – e junto à praia da Falésia encontramos o Sora Beach Club, que funciona como restaurante e bar.
O ambiente é sereno e em pouco tempo este beach club, que vive a sua segunda temporada depois da abertura em 2022, começa a encher. Famílias e casais, dos mais novos aos mais velhos, vão ocupando as mesas de madeira e as cadeiras de vime num espaço com uma vibe boho chic, que não encontramos assim com tanta facilidade pelo Algarve.
A acompanhar está uma carta simples, no seguimento do que têm vindo a trabalhar, dedicada sobretudo ao peixe e marisco. “Seria quase um desperdício alguém vir aqui e depois pedir um prato de carne”, evidencia Vítor Moreira, chef do Sora, que acrescenta que “nesta zona somos o único com este conceito [de peixe fresco]”.
O grande destaque vai, precisamente, para o peixe do dia que vai variando conforme a disponibilidade. “O nosso fornecedor faz a rota de todas as lotas do Algarve e tanto recebo peixe de manhã como à tarde. Se o peixe terminar no serviço da tarde não fico preocupado porque sei que só preciso de ligar ao fornecedor e ele traz-me os peixes que preciso para o jantar”, assegura o chef. “E quais são os peixes de hoje?”, questionamos. “Temos robalo, temos dourada, temos pregado e também temos sempre camarão tigre”.
Não é por isso de estranhar que o prato mais pedido seja o peixe do dia, mesmo que o preço esteja sob consulta, pois é ao quilo. Também são pratos populares o linguini com carabineiro (80€, para duas pessoas) e a cataplana de marisco (80€, para duas pessoas), que também tem a sua versão vegana (27€).
O segredo para se conquistar e fidelizar clientes? Produto de qualidade, bom serviço e personalização. O chef confessa que há abertura para atender pedidos especiais, desde que haja disponibilidade do produto e o pedido seja feito com a devida antecedência. “Aconteceu estes dias, um cliente passou aqui e pediu-me umas lulas. Liguei ao fornecedor e pedi umas lulas frescas boas para grelhar”, relembra.
“Pensamos muito local e naquilo que faz mais sentido para o Algarve. Temos noção que há muitos [restaurantes] e por isso a nossa aposta é na qualidade. O ano passado tínhamos muitos snacks e sanduíches, este ano abandonámos para apostar no peixe fresco. Preferimos servir menos refeições, mas com mais qualidade”, explica Fábio Santos, gerente do Sora. Isso justifica também os preços praticados, que assumimos, não estão ao alcance de todos.
Nas entradas, ou mesmo para petiscar, podemos encontrar as incontornáveis amêijoas à Bulhão Pato (24€), camarões salteados com alho e coentros (18€) ou carpaccio de atum (19€). Numa vertente mais leve tem também salada de sapateira (19€) ou ceviche de peixe do dia (20€).
Se não conseguir passar (mesmo) sem carne há duas opções: bife Black Angus, acompanhado de camarão tigre (50€) ou o bife T-Bone entre 500 e 600 gramas (80€).
As crianças também não foram esquecidas na ementa com opções “que os meus filhos também gostam de comer”, diz o chef, como filete de robalo, esparguete com molho napolitana ou bife de novilho.
Nas sobremesas, destaque para o bolo de alfarroba à algarvia (9€) e bolo de chocolate quente Coulant (9€).
A acompanhar a refeição tem, além da carta de vinhos, um conjunto de cocktails assinatura como o Paloma (12€), à base de tequila, Dolce Vita (13€), com gin, ou Tricky Tiki (16€), com cerveja de gengibre. Não faltam as tradicionais sangrias tinta, branca e rosé (35€) ou de espumante (80€), além dos habituais gins tónicos (a partir de 10€), entre outros.
Nas opções sem álcool, há uma seleção de smoothies (10€) e sumos naturais (5€), à escolha.
O Sora funciona todos os dias entre as 10h e as 23h, servindo almoços até às 17h30 e a partir das 18h30 começa a azáfama dos jantares, com uma carta que é comum às duas refeições principais.
“Ao jantar, não mudamos drasticamente, mas quase, o set up das mesas. Temos guardanapos de pano, os copos de vinho já estão na mesa, há velas para dar ambiente. E o melhor é o pôr do sol. O céu fica entre o laranja, o rosa e o vermelho. Depois com as velas, o ambiente fica com uma memória visual muito agradável”, explica Fábio Santos.
A animação musical faz também deste espaço, com um programa definido para as sextas-feiras, sábados e domingos, ao fim do dia, e que pode ser consultado no Instagram do beach club.
O Sora Beach Club começou a temporada de 2023 em abril, à hora de almoço, e à noite em junho. A expectativa é manter o restaurante aberto até outubro.
O SAPO Lifestyle esteve no Sora Beach Club a convite do restaurante.
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