Chama pelo nome Chef de Serviço e é o novo programa de cozinha do canal temático 24Kitchen, apostado num modelo novo de apresentação. Aqui, os chefs assumem estar num estúdio de gravação para nos brindarem com a cozinha que praticam e com receitas que definem a sua entrega à profissão. Após as presenças do chef Carlos Afonso e da pasteleira Margarita Pugovka, eis que à mesa de Chef de Serviço diz “presente” Miguel Mesquita. O agora chef deixou a sua carreira como engenheiro industrial para se dedicar à culinária. O atual chef executivo da Academia Time Out, em Lisboa, vai trazer toda a sua boa disposição para a nova cozinha no pequeno ecrã, de segunda a sexta-feira, às 21h00, a partir de 16 de outubro.

Nesta primeira temporada, cada chef conta com dez episódios temáticos, com temas que vão desde a inspiração e criação à frustração e que dão mote às suas receitas. No final, os chefs vão reunir-se num episódio especial de Natal.

Como encarou o desafio de apresentar este novo programa de cozinha, assente num modelo inovador?

Com muita satisfação por finalmente poder continuar a partilhar as minhas receitas, mas para um público mais abrangente.

O que podemos esperar das receitas que nos vai apresentar?

Na sua essência são receitas que se destacam pela facilidade na confeção, com produtos que toda a gente pode encontrar facilmente, e cujo resultado surpreende tanto no sabor como na apresentação.

Se tiver de resumir a cozinha que prepara numa frase, como a apresenta?

Uma cozinha com foco nos ingredientes sazonais, locais, fáceis de comprar. É a cozinha lá de casa com todo o sabor, texturas e muito carinho.

Habituamo-nos a enaltecer os sucessos, esquecendo que com os insucessos também crescemos. Qual foi o insucesso na sua vida profissional que mais o fez crescer como cozinheiro?

Até hoje, felizmente, ainda não tive nenhuma situação que posso chamar de insucesso.

“Falta dar voz e espaço à fantástica geração de novos chefs” – Chef Miguel Mesquita

Imagine que alguém que não conhece de todo a cozinha portuguesa se sentava à sua mesa. Que prato lhe prepararia que fizesse a síntese do nosso país?

Um belo e delicioso Polvo à Lagareiro.

Na mesma linha, que ingredientes fazem a síntese da sua cozinha?

Ervas aromáticas, muitas. E peixe, sempre.

Quais foram as palavras mais elogiosas que recebeu sobre a sua cozinha?

Mais do que muitas vezes as palavras, um sorriso e um olhar dizem muito.

Em sentido contrário, quais as palavras que mais o magoaram?

“Este bife está muito malpassado”. Porque a intenção era mesmo essa.

Depois de ter participado no programa MasterChef Portugal e de ter vencido a Guerra dos Pratos, o chef Miguel Mesquita deixou a sua carreira como engenheiro industrial para se dedicar à culinária. Estudou na Escola de Turismo e Hotelaria do Porto e, mais tarde, na Cordon Bleu, em Londres. Na restauração, passou pelos restaurantes com estrelas Michelin Marcus by Marcus Wareing e Hélène Darroze at The Connaugh. Atualmente, é chef executivo da Academia Time Out, em Lisboa.

O que falta dizer sobre a cozinha portuguesa que não foi dito até agora?

Acho que já foi tudo dito, agora falta dar voz e espaço à fantástica geração de novos chefs.

Um chef para vingar nas cozinhas portuguesa precisa de se tornar uma estrela e contar com exposição mediática?

Não, de todo. Um chef precisa de ter muita perseverança e amor por aquilo que faz.

Se tivesse a possibilidade de escolher uma pessoa famosa para lhe preparar uma refeição, qual seria e porquê?

Adorava cozinhar para o Yotam Ottolenghi.

Qual a sua principal característica?

Estar aberto à descoberta e estar sempre pronto para novos desafios.

“Temos de ter coragem de assumir as nossas raízes, aquilo que é nosso” – chef Carlos Afonso

O que mais aprecia num cliente?

Estar aberto a descobrir novas texturas e novos sabores.

Que pessoa ou pessoas foram determinantes para si na sua profissão? Alguém teve influência na forma como trabalha hoje?

Os chefs orientadores na Le Cordon Bleu e todos aqueles com os quais eu tive o privilégio de trabalhar e aprender.

Há alguma região do país em termos de gastronomia que prefira? Porquê?

Gosto muito da cozinha minhota, mas também da alentejana. Pela simplicidade, mas também pela mestria na preparação dos produtos locais.

Há segredos na cozinha que não se partilham? Ou não há nada a esconder?

O meu trabalho é partilhar todas as receitas, técnicas e combinações que vou experimentando e testando. Para mim não há nada a esconder, por isso este programa é perfeito e vem ao encontro daquilo que eu mais gosto de fazer, que é estar em contacto com o público.

Para si, o futuro próximo significa...

Aprender cada vez mais e continuar a fazer aquilo que eu mais gosto, criar receitas e partilhar o meu conhecimento.