Explicamos tudo o que se vai passar nas passerelas nova-iorquinas durante toda a semana do evento.

Bye bye, NYC

A cerimónia dos Óscares foi antecipada de março para fevereiro, e acontece estse domingo. O calendário não é ideal para a Semana da Moda de Nova Iorque, que ainda tenta recuperar de várias temporadas sem brilho.

Os estilistas sempre tentam encher a primeira fila com atores e atrizes famosos para admirar as suas criações, mas muitos estão nesta semana em Los Angeles, onde as grandes festas de Hollywood vão competir com as de Nova Iorque.

Scott Studenberg e Margherita Missoni escolheram apresentar as suas coleções de outono 2020 em Los Angeles, para aproveitar o momento.

Até Tom Ford, diretor do Conselho de Designers de Moda dos Estados Unidos (CFDA na sigla em inglês), que ajuda a organizar o evento em Nova Iorque, decidiu partir para o oeste.

"Não há nada realmente mais visível que Los Angeles durante os Óscares", disse Ford. "Alguém me perguntou outro dia como posso justificar o desfile em Los Angeles sendo o diretor da CFDA", disse em entrevista ao site Business of Fashion. "Lembrei-lhe que se trata do Conselho de Designers dos Estados Unidos, não de Nova Iorque".

Ausências

A chegada de Tom Ford no CFDA gerou esperança: o estilista reduziu a semana da moda para cinco dias para dar mais força ao evento, e grandes nomes como Tommy Hilfiger e Rihanna desfilaram as suas coleções em Nova Iorque em setembro do ano passado.

Mas agora Tommy Hilfiger apresentará a sua coleção em Londres, e Jeremy Scott, em Paris. A atriz e cantora Rihanna, que desfilou a sua famosa segunda coleção de lingerie para a Savage x Fenty, também não vai estar em Nova Iorque.

Ralph Lauren, Phillip Lim, Tomo Koizumi e o estilista Kerby Jean-Raymond, da marca Pyer Moss, que causou sensação na semana passada, decidiram não desfilar esta temporada em Nova Iorque. O mesmo aconteceu com Zero+María Cornejo, que fará uma apresentação íntima em vez de um desfile.

De olho no novo

Apesar de tudo, grandes nomes vão comparecer na Semana da Moda de Nova Iorque, que termina a 12 de fevereiro: Marc Jacobs, Michael Kors, Carolina Herrera e Oscar de la Renta marcarão presença nas passerelles.

As irmãs Mulleavy, da marca Rodarte, consideradas as estilistas mais originais da sua geração, voltam a Nova Iorque e darão um estímulo importante ao evento.

A marca Rag & Bone, cujo show vai ter a participação de inteligência artificial, volta a Nova Iorque pela primeira vez desde 2016.

Os estilistas jovens serão examinados com atenção pelos compradores das grandes lojas. A revista Vogue deu destaque para Kee Kim, Olivia Cheng, Tia Adeola e Kenneth Nicholson.

Outros mais conhecidos para ficar de olho são Sies Marjan, Eckhaus Latta, Monse, Brandon Maxwell e a uruguaia Gabriela Hearst.

A Semana da Moda de Nova Iorque tem tentado ser mais diversa nos últimos anos, e vai apresentar esta temporada desfiles do senegalês de Sukeina, Omar Salam, de Fe Noel, de Granada, dos estilistas negros Aliette, LaQuan Smith e Christopher John Rogers.

Coronavírus

Nova Iorque abriu as suas portas aos estilistas  - além de bloguers e "influencers" - chineses nas últimas temporadas com a meta de conquistar este cobiçado mercado.

Mas não se sabe o que acontecerá este ano, enquando cresce o medo do coronavírus.

O CFDA não informou o cancelamento de nenhum dos desfiles programados. As marcas chinesas Mukzin e Sheguang Hu mantiveram os seus planos de desfilar.

Mas na Semana da Moda de Milão, que acontece de 18 a 24 de fevereiro, as marcas chinesas Angela Chen, Ricostry e Hui anunciaram a sua desistência devido ao coronavírus.

O encerramento das fábricas, divulgaram as marcas, impediu-os de terminar as coleções a tempo.

Cerca de 1.000 compradores chineses, jornalistas, estilistas e outras pessoas vinculadas à indústria da moda vão perder o evento, segundo funcionários italianos do setor.

O conselho britânico de moda (BFC) disse que espera um número de chineses "consideravelmente reduzido" na Semana da Moda de Londres, que acontece de 14 a 18 de fevereiro.