Luxo discreto
"Luxo discreto" é a expressão que resume a tendência principal da temporada, já amplamente apresentada após a COVID-19 e a ideia do "decrescimento": o brilho e o maximalismo dão lugar a uma discrição que pretende ser intemporal.
A Gucci deu um salto radical da excentricidade de Alessandro Michele à elegância de Sabato de Sarno, que prioriza a qualidade dos materiais e o corte. Já na Fendi, Kim Jones privilegiou o conforto e a confiança, saias até os joelhos, cardigãs e pequenas luvas retro.
A mesma tendência foi vista nos desfiles da Ferragamo, Max Mara e Tod's. “O que vemos hoje na moda e nos desfiles faz-me pensar que, enfim, compreendeu-se o que proclamo há anos", disse Giorgio Armani após o seu desfile, que fechou a semana de moda italiana.
Couro
As marcas apostaram no couro, nas calças plissadas da Fendi ou na camurça de Roberto Cavalli, e também em saias com grandes fendas e micro-calções, no caso da Gucci.
Na sua coleção para a Bottega Veneta, Matthieu Blazy não teve medo de tecer o couro, torcê-lo, dobrá-lo, amarrá-lo e furá-lo até criar a ilusão de que se tratava de um tecido. Já na Prada, o couro era envelhecido, em estilo motociclista, e adornado com pérolas e strass numa saia.
Peças quentes
Os estilistas de Milão preveem uma primavera fria. A Bottega Veneta apresentou casacos de lã, enquanto a Moschino vestiu malhas da cabeça aos pés e gorros de lã.
As modelos exibiram 'trench coats' na Dolce & Gabbana e peles na Fendi - uma das últimas marcas de luxo a apresentar peles verdadeiras nas suas coleções.
O estilo "fora do escritório" da Boss foi semelhante a uma coleção de inverno e incluiu casacos e peças de caxemira. Os calorentos podem optar pelo estilo 'hot pants' com collants da Dolce & Gabbana.
Tons de verde
Embora a paleta de cores tenha sido sóbria, variando do preto ao cinza e do branco ao bege, os estilistas apresentaram vários tons de verde, que acendiam os 'looks'.
Na Gucci, o verde-limão ganhou destaque num sobretudo com franjas. Na Tod's, o verde apareceu num conjunto de t-shirt e saia na altura do joelho.
A Max Mara foi do esmeralda ao militar, cor perfeita para combinações de calções ou calças com cinto. Giorgio Armani, por sua vez, preferiu o verde cintilante.
Beleza velada
A tendência é a transparência, mas sem exageros. Na Prada, o nyllon, marca da casa, tornou-se flexível, conferindo a vestidos sem mangas em tons pastel um efeito vaporoso.
Cavalli dedicou-se com entusiasmo aos vestidos transparentes e estampados de folhagens. Na Dolce&Gabbana, 'trenchs' pretos mal cobriam a lingerie. O véu da noiva foi acompanhado de um corpete.
Giorgio Armani usou a transparência em saias longas de tule e sobreposições em organza nas calças. Já na Missoni, o padrão geométrico tradicional da marca foi apagado para ir na direção de uma transparência que adere aos corpos.
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